Saudades da Rampinha? Mítica cervejaria reabre em Ponte de Lima

Portas voltam a abrir-se já esta sexta-feira
Saudades da rampinha? Mítica cervejaria reabre em ponte de lima
Foto: Mónica Mota Lopes / O MINHO

Depois de ter encerrado em dezembro do ano passado, a mítica Cervejaria da Rampinha, em Ponte de Lima, reabre, esta sexta-feira, com um conceito inovador e contemporâneo, mas que protege o legado do passado.

Nas paredes pintadas em tom de cinza, ainda é possível ver os frescos de Che Guevara ou de Carlos Paredes, emblemas que transportam quem entra para um universo que fez parte de muitos, e que ficou na memória de todos.

Pedro Abreu, o novo proprietário, já conhece os cantos à casa até porque chegou a trabalhar no local há alguns anos (2021). E guardou, no coração, os “bons momentos” que lá passou.

Saudades da rampinha? Mítica cervejaria reabre em ponte de lima
Foto: Mónica Mota Lopes / O MINHO

Regressa, agora, ao espaço com novas ideias e uma vontade de tornar a Cervejaria Rampinha numa referência local, divulgando a história da terra.

“Quero abrir a casa aos artistas de Ponte de Lima para que possam expor os seus trabalhos aqui, sejam artesãos, pintores ou de outras áreas”, explicou a O MINHO.

Saudades da rampinha? Mítica cervejaria reabre em ponte de lima
Foto: Mónica Mota Lopes / O MINHO

E para salientar as referências ao território, no topo do armário principal, mesmo por detrás do balcão, estão colocados, em destaque, vários cabeçudos, da autoria do artista limiano, José Dantas Lima Pereira.

Saudades da rampinha? Mítica cervejaria reabre em ponte de lima
Foto: Mónica Mota Lopes / O MINHO

Com uma experiência de vida ligada à distribuição de cervejas, Pedro assume que não vão faltar ofertas diferentes e diversificadas Tudo acompanhado por queijos, presuntos, enchidos, sandes que “abrem o palato”, e, claro, o famoso bolinho de bacalhau.

Vinho também estará em destaque

E, porque Ponte de Lima é também terra de bons vinhos, o menu inclui a “casta Loureiro” tão apreciada e rainha na vila mais antiga do país.

Saudades da rampinha? Mítica cervejaria reabre em ponte de lima
Foto: Mónica Mota Lopes / O MINHO

Pedro Abreu lança ainda o convite aos produtores da terra. “Se quiserem fazer uma demonstração, degustação, provas de vinhos ou tertúlias à volta do vinho, este espaço está pronto para acolher”, reforça.

A renovada Cervejaria da Rampinha pretende ser um lugar para todos, onde amigos e famílias possam passar o tempo, conviver e apreciar os deliciosos petiscos acompanhados de uma cerveja fresca ou de um bom vinho limiano.

Saudades da rampinha? Mítica cervejaria reabre em ponte de lima
Foto: Mónica Mota Lopes / O MINHO

Tudo ao som de música da década de 70 e 80, com um bom “rock” e música portuguesa, mas também com artistas clássicos nacionais (como José Cid, Sérgio Godinho ou Vitorino).

Haverá ainda oportunidade para acompanhar o desporto nacional, através de um ecrã “gigante” colocado na parede frontal.

Saudades da rampinha? Mítica cervejaria reabre em ponte de lima
Foto: Mónica Mota Lopes / O MINHO

A Cervejaria da Rampinha abre todos os dias. Para já, de segunda a quinta será das 16:00 às 00:00. Sextas e sábados, das 16:00 às 02.00. E aos domingos está aberto das 16:00 às 22:00.

Saudades da rampinha? Mítica cervejaria reabre em ponte de lima
Foto: Mónica Mota Lopes / O MINHO

História

A cervejaria Rampinha era conhecida como “bar do Che” por ser ‘quase’ um café-museu dedicado ao revolucionário sul-americano, “ídolo” de Luís Tavares (1955-2013), que geriu o espaço até morrer.

“Xaixa”, como era conhecido o carismático ‘barman’, emigrou para a Alemanha, aos 14 anos, com o pai. Vinte anos depois regressou e procurava “um emprego, uma coisa leve, para não [se] chatear muito”.

Surgiu, em conversa com os gerentes da altura do Rampinha, ficar com o negócio. Pediu um empréstimo de “50 contos” ao pai e o resto é história.

‘Xaixa’ transformou a cervejaria numa espécie de santuário a Che Guevara e a Rampinha tornou-se ponto de paragem obrigatório para quem visitava a vila.

Uma das visitas mais célebres foi a de Camilo Guevara, filho de Che, em 1998, numa altura em que participou numa conferência em Darque, Viana do Castelo.

“Nunca pensei entrar num ‘pueblo’ tão pequeno com uma imagem do meu pai”, disse Camilo Guevara ao entrar no ‘templo’ dedicado ao seu progenitor, recordava Luís Tavares.

O encerramento do espaço deixou saudades aos clientes fiéis que, a partir desta sexta-feira, já poderão lá voltar e apreciar o novo conceito.

 
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