O principal arguido num processo de tráfico de droga investigado pela GNR de Braga vai recorrer para o Tribunal da Relação de Guimarães da decisão do Tribunal de Instrução de Braga que lhe decretou, ontem, a prisão preventiva em conjunto com três outros arguidos, dois homens e uma mulher.
O seu advogado João Ferreira Araújo adiantou a O MINHO que, no recurso vai alegar que a medida de coação aplicada a Rafael C, residente em Padim da Graça, Braga, “é excessiva” já que o inquérito quase se baseia apenas em vigilâncias feitas pela GNR, não havendo escutas telefónicas nem outras provas materiais da prática do crime.
Os quatro foram detidos terça-feira pelo Núcleo de Investigação Criminal (NIC) da GNR de Braga por suspeita de tráfico de droga. Além do Rafael C., de 26 anos, ficaram em prisão preventiva os arguidos Fábio S., de 38 anos, de Barcelos , André M. (de 31), de Chorente, Barcelos e M. de Fátima C., de 31 anos, também residente em Chorente.
O juiz considerou haver perigo de continuação da atividade criminosa, o qual está intimamente associado ao de perigo de perturbação do inquérito (aquisição de prova) e da ordem e tranquilidade públicas.
Um quinto arguido ficou em liberdade, mas está proibido de contactar com os demais e fica obrigado a apresentações bissemanais na GNR.
21 buscas em casas e carros
As detenções ocorreram no quadro de uma investigação de tráfico de estupefacientes, que durava desde setembro de 2024, tendo a Guarda realizado 21 buscas, 11 domiciliárias e dez em viaturas, nos concelhos de Braga e de Barcelos, culminando na detenção dos suspeitos e na apreensão três viaturas ligeiras; 3.200 doses de canábis (resina); 162 doses de canábis (folhas e sumidades); 2.850 doses de cocaína; 527 pastilhas de ecstasy; 5.775 euros em numerário; diverso material informático; várias balanças, e outros instrumentos relacionados com o acondicionamento, preparação e embalamento das substâncias estupefacientes.
O tráfico teria sido praticado, desde 2024, a partir de uma residência em Padim da Graça, onde o arguido Rafael C. recebia consumidores e lhes vendia cocaína e haxixe. Mas comercializava as drogas, também, a partir de uma lavandaria na Lage, Vila Verde, que é propriedade da família. A maioria dos pagamentos eram feitos pelo sistema bancário MBWay.
A investigação da GNR detetou que o suspeito fora já condenado em 2018 no Tribunal de Barcelos pela prática do mesmo crime. Por isso, está, ainda, no regime de prisão domiciliária com pulseira eletrónica, mas com a possibilidade de poder ir trabalhar durante o dia à semana e ao sábado de manhã. Só que, durante o trajeto e no próprio estabelecimento, aproveitava para vender estupefacientes.
Os mandados de busca incidiam nas residências de dez pessoas, mas só cinco acabaram detidas.