A coordenadora nacional do BE, Mariana Mortágua, considerou hoje que “o farol do país são as mulheres que trabalham” e a “força mais poderosa contra a direita”, garantindo que vai defender a violação como crime público na próxima legislatura.
“O farol para este país são as mulheres que trabalham, que se levantam cedo, que se esforçam. O farol deste país são as mulheres que trabalham o dia inteiro e recebem menos que os homens. São as mulheres que vão trabalhar e chegam a casa e fazem o jantar e cuidam dos filhos. O farol deste país são as mulheres que não aceitam a misoginia, que lutam contra a violência, que exigem igualdade”, defendeu a cabeça de lista do BE em Lisboa, numa “festa-comício” no LX Factory, na capital.
Numa intervenção centrada nas mulheres e no movimento feminista, Mariana Mortágua respondeu diretamente ao presidente do PSD e primeiro-ministro, Luís Montenegro, que disse no sábado sentir “a responsabilidade de ser o farol do país”, com a oposição sempre a olhar para trás, apelando a que os portugueses que querem estabilidade “votem massivamente” na Aliança Democrática (AD).
A dirigente apelou diretamente ao voto das mulheres, defendendo que são “a mais poderosa força contra a direita, seja a extrema-direita ou a direita extrema”.
Mariana Mortágua recuou à fundação do BE, que “nasceu para garantir a legalização do aborto em Portugal” e lembrou que o partido se bateu pela violência doméstica como crime público e defendeu direitos das mulheres em período de menopausa na última legislatura.
“Mesmo quando o PSD estava contra. Mesmo quando o PS arrastava o passo. Nós estivemos sempre lá. Mesmo quando nos disseram que ainda não era tempo, que a sociedade não estava preparada. Estivemos sempre lá. Mesmo quando o PS negava os problemas do acesso ao aborto livre. Estivemos sempre lá. E temos um compromisso: a violação será crime público na próxima legislatura”, frisou.