Até cães mortos havia na casa em Terras de Bouro onde foram resgatados vários animais maltratados

O proprierário, “Zé da Rega”, nega os maus tratos
Foto: Joaquim Gomes / O MINHO

Dois cães encontrados mortos com os cadáveres a apodrecerem ao ar livre, doze outros cães resgatados vivos, três gatos e uma vaca, todos animais maltratados e em estado de agonia, é este o balanço final da operação do IRA – Intervenção e Resgate de Animais e da GNR em Moimenta, Terras de Bouro, na segunda-feira.

Nos últimos tempos morreram, à fome e à sede, diversos cães e gatos, para além de uma vaca, uns acorrentados e outros colocados em situação errante, segundo revelou a O MINHO Tomás Pires, presidente da direção da organização não governamental IRA (Intervenção e Resgate Animal) e o coordenador da operação, em parceria com o Posto Territorial da GNR de Terras de Bouro.

“Retirámos 16 animais de companhia e um animal de pecuária, uma vaca, na sequência de mandados judiciais, para cujo cumprimento foi pedida pelo Ministério Público de Braga a colaboração da nossa instituição”, explicou Tomás Pires a O MINHO.

Tomás Pires, líder da IRA, fazendo o ponto de situação a O MINHO. Foto: Joaquim Gomes / O MINHO

Uma vaca tinha sido despedaçada ainda viva, por uma matilha pertencente ao mesmo indivíduo, conhecido por “Zé da Rega”, de 70 anos, reformado da Câmara Municipal de Terras de Bouro, que negou a O MINHO as afirmações de todos os vizinhos.

José Joaquim da Costa Carvalho, “Zé da Rega”, foi constituído arguido, por diversos crimes de maus tratos a animais, parte dos quais morreram. Ao nosso jornal desmentiu a autoria desses crimes: “Tratava-os bem e estou de consciência tranquila”.

O buscado, “Zé da Rega”, negou a O MINHO os maus tratos a animais. Foto: Joaquim Gomes / O MINHO

As situações decorriam há alguns meses, em Moimenta, a freguesia mais central do concelho e da vila de Terras de Bouro, só tendo sido reportadas muito recentemente às autoridades.

Havia relatos de vários turistas perseguidos ou atacados pela matilha faminta de “Zé da Rega”, nas imediações da Ecovia do Rio Homem. Os cães conseguiam escapar da quinta do sexagenário, que ali vive com a sua esposa.

Foto: Joaquim Gomes / O MINHO

A mulher do arguido, que para já é apenas e só suspeita, ao contrário do marido, “Zé da Rega”, não se encontrava na quinta, já que desde manhã e até ao final da tarde passa num Centro de Dia de Chorense, igualmente no concelho de Terras de Bouro.

O antigo funcionário camarário terrabourense não colaborou com as autoridades, procurando demover os agentes da autoridade e os operacionais da IRA de prosseguirem o seu trabalho, chorando e pedindo para não lhe levarem dali nenhum dos animais.

Foto: Joaquim Gomes / O MINHO

A operação realizou-se na sequência de uma ordem do Ministério da Comarca de Vila Verde, que por sua vez solicitou o apoio da GNR de Terras de Bouro e do Núcleo de Intervenção e Resgate Animal da IRA.

O Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Ministério Público da Comarca de Vila Verde (Terras de Bouro não tem comarca própria na sua área concelhia) avançou com um funcionário, Nuno Peixoto, que orientou todos os atos processuais e se articulou com um veterinário, de Barcelos, Pedro Fonseca, pois a veterinária municipal terrabourense está de baixa médica.

 
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