Em Braga, Seguro quase se “descaía” sobre candidatura à Presidência

Interrompeu frase quando falava na UMinho
Foto: Lusa

O antigo secretário-geral do PS António José Seguro optou hoje, durante uma palestra na Universidade do Minho, por interromper uma frase para não se “descair” quanto à questão de uma candidatura a Presidente da República.

Na sua intervenção, e depois de criticar a falta de coragem política, de liderança e de consensos para resolver os problemas dos portugueses, Seguro disse que ainda conserva dentro de si “um menino de sonho”, para sublinhar que acredita que é possível a mudança de paradigma.

“É por isso que… Fico por aqui, se não ainda me descaio”, referiu.

No final, questionado pelos jornalistas, Seguro argumentou que apenas não quis “prolongar mais o tempo [da palestra], para não prejudicar ainda mais o almoço daquele auditório”.

De resto, escusou-se a abordar a sua eventual candidatura à Presidência da República.

Na sua intervenção, o antigo líder socialista disse que Portugal tem tido “governos de turno”, contrapondo que o país precisa de “governos de projeto”.

“Nós temos tido uma cultura muito de trincheiras, eu tenho-me batido muito por uma cultura de compromisso. A cultura de compromisso não é as pessoas abdicarem das suas convicções, é colocarem as suas ideias, as suas propostas em conjunto, em comum, para resolver os problemas concretos”, defendeu.

Para Seguro, são precisos consensos em torno de questões como o Serviço Nacional de Saúde, a justiça ou a habitação.

O antigo ministro socialista sublinhou que, em alguns casos, as soluções são “tão evidentes” que “até dói” ver que nada é feito.

Apontou, como exemplo, o caso da habitação, num país em que há mais casas devolutas do que famílias sem casa.

“Não é possível definir políticas públicas para concretizar este objetivo e fazer com que os jovens e os menos jovens, as famílias possam ter acesso a uma habitação condigna e que vivam sem o credo na boca de não ter dinheiro no final do mês para pagar a renda?”, questionou.

António José Seguro repetiu uma frase que tem proferido várias vezes: “a política só tem sentido se ela proporcionar soluções para os problemas das pessoas”.

Noutra área, disse discordar do aumento de despesa em armamento só porque “a Rússia pode vir aí”, defendendo que o caminho deve passar por uma estratégia de defesa comum na Europa e por um exército comum.

Lembrou que, em 2023, os países europeus, incluindo o Reino Unido, gastaram três vezes mais do que a Rússia em armamento.

 
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