Portugal e Galiza vão restaurar ecossistemas no Gerês/Xurés

Projetos de ação ambiental
Foto: DR

A Junta da Galiza e o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), de Portugal, colocaram em marcha, durante esta sexta-feira, projetos de ação ambiental e fomento, no domínio ecoturístico na Reserva da Biosfera Gerês/Xurés, que inclui os dois países ibéricos, no âmbito do Programa Operativo de Cooperação Transfronteiriça de Espanha e Portugal (POCTEP).

A conselheira galega do Meio Ambiente e das Alterações Climáticas, Ángeles Vázquez, assim como o delegado territorial da Junta em Ourense, Manuel Pardo, assistiram, em Bande, na província de Ourense, à apresentação da Estratégia de Desenvolvimento Territorial da Área Funcional da Reserva da Biosfera Transfronteiriça Gerês-Xurés 2025-2030 (EGEXUR), na qual foram já estabelecidas como prioritárias ações ambientais dirigidas à conservação da biodiversidade, à gestão sustentável do território e ao intercâmbio do conhecimento, sempre na presença da diretora regional do Norte do ICNF, de Portugal, Sandra Sarmento.

A estratégia apresentada permitirá ao território recorrer aos fundos do POCTEP que conta com mais de 30 milhões de euros para as áreas funcionais do espaço transfronteiriço de Espanha e de Portugal, destacando-se a Reserva da Biosfera Gerês-Xurés destaca pela sua extensão, singularidade e dimensão, com uma extensão de perto de 260 mil hectares de superfície (mais de 63 mil hectares em território galego), constituindo uma das três reservas da biosfera transfronteiriças entre Espanha e Portugal.

Para assinalar a importância de desenvolver iniciativas “sérias e rigorosas”, que garantam perante a União Europeia as maiores partidas orçamentais, para submetê-las, Ángeles Vázquez explicou que a grande aposta da Junta da Galiza será incrementar a superfície reabilitada, favorecendo a restauração e a conservação dos ecossistemas existentes dos lados espanhol e português.

Executar-se-ão assim trabalhos em bosques de rebolo, em terrenos naturais e seminaturais de montanha, em terrenos húmidos e também se realizarão ações para garantir a conservação das terras altas, para além de retirarem-se espécies exóticas invasoras, contribuindo assim para a recuperação de habitats naturais, incluindo o Parque Nacional da Peneda-Gerês, o único português.

Entretanto, a conselheira incidiu em que as ações de preservação do património natural devem complementar-se com projetos que garantam um desenvolvimento económico sustentável e nesse âmbito colocou em valor a cooperação institucional, tanto dos onze concelhos que formam parte da Reserva, seis galegos (Bande, Entrimo, Calvos de Randín, Lobeira, Lobios e Muinos) e cinco portugueses (Arcos de Valdevez, Melgaço, Montalegre, Ponte da Barca e Terras de Bouro), bem como da Deputação Provincial de Ourense e das instituições de Portugal, como é o caso, entre várias outras instituições, do ICNF, para garantir a conservação dos espaços naturais comuns aos dois países ibéricos e ao mesmo tempo fazer um aproveitamento sustentável dos recursos, que proporcionam oportunidades para permitir fixar as povoações nos seus próprios espaços rurais, potenciando-as.

 
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