Ponte de Lima tem um plano para defender e aproveitar a floresta (que ocupa 60% do concelho)

Plano Municipal de Ação Climática vai estar em consulta pública
Foto: Visit Ponte de Lima / Arquivo

Defender a floresta de Ponte de Lima, que ocupa 60% do território do concelho, e aproveitar, economicamente, o potencial daquela mancha verde são os objetivos dos planos hoje apresentados na Feira do Ambiente e Ambientes.

Contactado pela Lusa, o vereador do Ambiente e Espaços Verdes, Gonçalo Rodrigues, destacou a apresentação pública da proposta de Plano Municipal de Ação Climática, concluído no final de 2024, e que vai estar disponível durante cerca de um mês, em consulta pública, na página da Câmara de Ponte de Lima.

Foram ainda apresentados o Plano de Reordenamento da Paisagem e Gestão Florestal Sustentável do concelho e os projetos de recuperação do capital natural, do potencial produtivo e de restauro dos ecossistemas em baldios e a Operação Integrada de Gestão da Paisagem (OIFP) da zona de intervenção florestal de São Lourenço.

“Com estes planos e projetos, promovidos e/ou apoiados pelo município de Ponte de Lima, pretende-se apostar fortemente na resiliência do território e na valorização dos serviços dos ecossistemas que são prestados no espaço agroflorestal concelhio, que têm um impacto determinante nas componentes socioeconómicas e ambientais”, afirmou Gonçalo Rodrigues.

Para o responsável, “a ação que tem vindo a ser desenvolvida pelo executivo municipal, nesta matéria, insere-se numa clara estratégia de adaptação e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, de incremento da melhoria da qualidade de vida da população e de respeito e solidariedade pelas gerações vindouras”.

“Estamos a preparar o futuro, porque quanto melhores condições tivermos para nos adaptarmos, melhor vamos conviver com as mudanças climáticas que estão a acontecer no território e melhor vamos proteger os recursos naturais e as hipóteses de viabilizar um espaço que representa 60% do território de Ponte de Lima. Nesse espaço existem muito riscos, como os incêndios florestais, mas também muitas oportunidades de crescimento económico do concelho”, sustentou.

Sobre o Plano Municipal de Ação Climática, referiu que integra um conjunto de medidas para que o concelho possa alcançar a neutralidade carbónica até 2050, como o aumento do nível de conhecimento sobre o território, medidas para setores de atividades de económica, promoção da reflorestação do espaço florestal, proteção de ‘habitat’”, entre outras.

Já o Plano para o Reordenamento da Paisagem e Gestão Florestal Sustentável irá apontar ações como o aproveitamento de linhas de água para aumentar a galeria ripícola, a arborização das faixas de gestão de combustível que estão sob a responsabilidade da câmara, utilização do gado para criar faixas de descontinuidade através de zonas de pastagem que permitam, de forma rápida perceber o que fazer para compartimentar o território e evitar os incêndios”.

“Os incêndios são o nosso grande foco. Os incêndios não se conseguem evitar na totalidade, mas pelo menos os grandes que são capazes de transformar a paisagem de uma forma abrupta e em grande escala”, especificou.

Gonçalo Rodrigues disse que para a implementação de algumas medidas o município poderá não ter capacidade financeira, mas recorrerá a fundos comunitários.

Apontou ainda os projetos de Recuperação do Capital Natural do Potencial Produtivo e de Restauro dos Ecossistemas em Baldios do Concelho de Ponte de Lima, que resultam do envolvimento do município com as comunidades de baldios.

Já há projetos de gestão florestal, aprovados na câmara e no Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) para 250 hectares de baldios de São Pedro de Arcos e Vitorino de Piães.

A Operação Integrada de Gestão da Paisagem (OIGP) da Zona de Intervenção Florestal de São Lourenço já tem contrato de financiamento assinado, no valor de mais de 1,8 milhões de euros, que será executado pela Associação Florestal do Lima. Esta ação vai incidir na reformulação de 700 hectares de floresta.

Além do investimento inicial, o projeto tem um orçamento de quatro milhões de euros para manutenção do espaço, durante 20 anos.

 
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