Ex-mulher de juiz negacionista confiante em reaver o filho: “Não entrega a bem, entrega a mal”

Criança está matriculada numa escola em Ponte de Lima
Erika Hecksher. Foto: Instagram

A ex-mulher do antigo juiz Fonseca e Castro manifestou-se hoje confiante de que vai reaver o filho, após o Ministério Público ter pedido ao Tribunal de Viana do Castelo que ordene a entrega da criança à mãe.

De acordo com o despacho do Ministério Público (MP), datado do dia 03 e comunicado às partes na quinta-feira, a defesa do pai e da mãe do menor de 10 anos têm 48 horas para se pronunciarem, prazo que, segundo Erika Hecksher, se cumpre no sábado, cerca das 14:00.

“Eu acredito que (…) se não houver uma devolução voluntária, a juíza emite uma ordem de busca e apreensão do menor. (…) Não entrega a bem, entrega a mal. Já estou a ver passagens para ir embora daqui com o meu filho”, disse à Lusa a ex-mulher do atual líder do partido Ergue-te.

Do casamento que terminou em 2017, o casal tem três filhos. Uma filha de 23 e, dois de 19 e 10 anos. Os dois rapazes chegaram a Portugal, acompanhados pela mãe, no dia 20 de dezembro último.

Os dois deveriam ter regressado ao Brasil no dia 21 de janeiro, após passarem férias com o pai em Portugal, mas só o mais velho apareceu no aeroporto.

No último fim de semana, por decisão do tribunal, a criança esteve com a mãe pela primeira vez em mais de dois meses, tendo manifestado o desejo de voltar para o Brasil com ela, segundo contou Erica Hecksher.

A mãe explicou que o filho “não tem convívio” regular com o pai, que saiu da sua vida quando “tinha um ano e meio”.

“Só via o pai de vez em quando nas férias (…) e, de repente [o pai] resolveu fazer uma coisa destas. A criança está abalada”, referiu.

A criança terá confidenciado à mãe que gostou de andar na escola de Ponte de Lima, mas que “quer ir para o Brasil onde passou toda a infância, tem os amigos, a mãe, a avó, e os irmãos”.

“Não é justo separar os irmãos. Ele é muito agarrado à minha filha mais velha. É uma situação muito complicada para a criança”, observou.

Há mais de dois meses em Portugal, Erika Hecksher disse estar a sobreviver graças ao apoio de amigos portugueses que fez quando viveu em Portugal e a amigos brasileiros a residir no país.

No Brasil, uma campanha de angariação de fundos lançada por familiares e amigos tem permitido a sua subsistência em Portugal.

“Aproveitou-se dessa situação, sabendo que não tinha condições de permanecer aqui, para me deixar completamente desamparada financeiramente (…). Acho que foi uma forma de me obrigar a morar aqui. Falei com ele e disse-lhe que poderia pensar no assunto, mas que não seria agora”, disse.

Segundo Erika, o antigo juiz disse que “pagava 1.200 euros de pensão [pelo filho], por mês, mas (…) só pagou 2024”.

“Ainda me deve as pensões de 2018 a 2023. Pagou o último ano para me manipular a vir para cá. Pisei em Portugal e, ele parou de pagar a pensão”.

De acordo com Erika Hecksher, o antigo juiz foi alvo de “uma ordem de execução por não pagar a pensão”.

“Quando viajei para Portugal, havia um mandado de prisão e, um mandado de retenção no passaporte por não pagar a pensão no Brasil. Os processos foram arquivados, não porque ele tenha pagado, mas porque eu fiz um acordo com ele”, sublinhou.

 
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