O idoso assassinado na Apúlia, cujo cadáver a Polícia Judiciária de Braga desenterrou há duas semanas, foi sepultado na Póvoa de Varzim, enquanto se aguardam resultados complementares da autópsia, para se esclarecer a causa direta do seu homicídio.
António Amaral Santos foi assassinado num apartamento, situado na Praceta Manuel Rebelo, da Urbanização dos Moinhos, no centro da Vila da Apúlia, faltando apurar ao certo através de que método e com que meios foi vítima do crime de homicídio.
As perícias médico-legais revelaram-se ainda inconclusiva quanto às causas diretas da morte violenta por homicídio, mas serão ainda realizados exames complementares na sequência da autópsia no Gabinete Médico-Legal e Forense do Cávado, em Braga.
O funeral de António Amaral Santos, de 85 anos, que era natural do concelho da Póvoa de Varzim, foi esta terça-feira, na sua terra, tendo após as cerimónias fúnebres, na Igreja de São José de Ribamar, sido sepultado, no Cemitério n.º 2 da Póvoa de Varzim.
A Polícia Judiciária de Braga ainda está a investigar o modo como o cuidador da família de acolhimento assassinou o idoso que estava a seu cargo, crime motivado pela avidez de ficar com os bens da vítima.
O facto de Salah Eddine Mammeri se ter limitado a fazer uma participação proforma de desaparecimento no Posto da GNR de Esposende, sem lançar alertas nas redes sociais, nem espalhar panfletos com a foto do octogenário, também levantou suspeitas.
Sabe-se que o homicida confesso terá colocado a scooter elétrica da vítima perto da antiga residência de António Amaral Santos, para dar a entender que, sofrendo, embora em baixo grau, de Alzheimer, se tivesse desorientado, na Póvoa de Varzim.
A versão do homicida confesso, Salah Eddine Mammeri, de 38 anos, imigrante de nacionalidade argelina, esclareceu todos os contornos do crime, pelo que os resultados definitivos da autópsia serão determinantes para apurar a causa direta do homicídio.
PJ tenta localizar companheira do homicida
Entretanto, a Brigada de Homicídios da PJ de Braga tenta obter o paradeiro da companheira do homicida confesso, para saber se teve compartecipação ou pelo menos cumplicidade também no homicídio ou somente na profanação e ocultação do cadáver.
Sandra Matias, nascida no Brasil, mas com dupla nacionalidade, brasileira e portuguesa, que há mais de cinco anos acolhia idosos num apartamento, adotando o nome Kadijah Mammeri, quando passou a viver na Apúlia com aquele imigrante argelino.
O cadáver de António Amaral Santos foi desenterrado há duas semanas, num canavial do Pinhal de Ofir, na Rua São João de Deus, em Fão, Esposende, com colaboração dos Bombeiros de Fão e de Esposende, decorridos quase dois meses do assassínio.
Segundo a reconstituição do imigrante argelino, o cadáver terá sido transportado do apartamento na Apúlia, para uma rua sem saída, no Pinhal de Ofir, dentro do automóvel do cuidador da família de acolhimento, que saiu pela garagem para não ser visto.
Logo em 29 de novembro, até 11 de dezembro, foram sendo levantadas quantias em dinheiro e feitos pagamentos com cartões bancários da vítima, num total de cerca de 2.500 euros, o que adensou as suspeitas da PJ relativamente ao imigrante argelino.