A surfista vianense Marta Paço, tetracampeã mundial da Associação Internacional de Surf (ISA) na classe adaptada VI-1, para cegos, realçou hoje que, mais do que ‘correr’ atrás de resultados, quer melhorar o seu desempenho no mar.
“Quando sentir que já não há espaço para evoluir, se calhar, parto para outro desafio, mas a vantagem do surf é essa, há sempre espaço para sermos melhores, para evoluirmos, para tentarmos fazer coisas novas e diferentes, e acho que é isso que me mantém no surf”, lançou à Lusa a atleta de 20 anos.
Marta Paço falava à margem da apresentação do projeto “Um dia da vida da Marta Paço”, do Millenium BCP, uma experiência sonora que decorreu hoje numa sala de cinema num centro comercial em Lisboa que mostra como uma surfista cega passa os seus dias e, mais, como consegue dedicar-se a uma modalidade como o surf.
Questionada sobre a conquista do quarto título mundial consecutivo, consumada em novembro de 2024 na Califórnia, Estados Unidos, a surfista de Viana de Castelo admitiu que guarda excelentes recordações da prova disputada em Huntington Beach.
“Este campeonato foi muito especial para mim, foi um campeonato em que consegui superar desafios que, em 2023, se calhar, não consegui superar tão bem. Consegui, de facto, aproveitar o campeonato e divertir-me enquanto competia, o que tornou este título muito mais especial, e, sem dúvida, vou guardá-lo no coração”, sublinhou.
Depois de mostrar pela quarta vez seguida que é a melhor atleta do mundo na atualidade da classe adaptada VI-1 da ISA, a jovem atleta do Surf Clube de Viana, treinada por Tiago Prieto, já pensa no ‘penta’, ainda que reforce que o principal objetivo é evoluir o seu nível de surf.
“Penso sempre na minha evolução enquanto surfista, não só como um meio de obter medalhas, isso é só um resultado, quero acima de tudo melhorar o meu surf, evoluir enquanto surfista, e depois talvez ganhar a quinta medalha”, rematou.