O CLIB – Colégio Luso-Internacional de Braga foi vendido, em dezembro, ao grupo privado inglês Dukes Foundation, por uma verba não anunciada mas que atinge vários milhões de euros.
Com um lucro de dez vezes o valor investido, que foi para os cofres da empresa de construção, Telhabel, de Famalicão – o principal acionista – e para outros pequenos detentores de ações, entre as quais a diretora Helena Pina Vaz, a venda do CLIB enquadra-se, de certa forma, num surto de mudanças no ensino privado em Braga, depois da mudança da gestão do Colégio D. Diogo de Sousa e da compra do João Paulo II – que estava com grande dificuldades financeiras – por um fundo de investimento ligado ao Opus Dei.
Este Colégio obrigara já a Arquidiocese a entrar com dinheiro, por uma questão de honra, para cumprir uma ‘carta de conforto’ bancário que lhe havia sido dada pelo organismo da Igreja Católica.
Em Portugal – e segundo fontes do setor – tem estado em curso um processo de aquisição de estabelecimentos de ensino privado por entidades estrangeiras.
Família de escolas
Aatif Hassan, fundador e presidente da Dukes Education – que define como “uma família de escolas e faculdades” – escreveu uma carta aos pais dos alunos, na qual diz que a diretora Pedagógica, Helena Pina Vaz, se mantém nas funções: “Há muito que admiro o sucesso da escola e o foco na aprendizagem através da investigação, da inteligência emocional e do autodomínio, o que está de acordo com os nossos valores”.
O CLIB é uma escola co-educacional que foi fundada em Braga em 1999 e inclui mais de 370 alunos dos três aos 18 anos. Vem assim juntar-se a outras três escolas com as quais o grupo já trabalhava em Portugal, localizadas em Lisboa e Porto, sendo as restantes do Reino Unido, Croácia, República Checa, Grécia, Irlanda, Roménia, Espanha e Suiça.
O empresário acentua que a Dukes Education foi fundada em 2015: “Somos um grupo de excelentes faculdades, escolas e creches independentes, bem como fornecedores de escolas de verão e serviços de consultoria universitária. As nossas escolas são todas diferentes, mas estão unidas para oferecer ensino e aprendizagem excelentes, proporcionando as bases mais sólidas para os jovens levarem vidas gratificantes”.
E acrescenta: “Antes da parceria com o CLIB, tínhamos seis internatos, 21 escolas no Reino Unido e mais de 25 creches, e escolas internacionais na Croácia, República Checa, Grécia, Irlanda, Roménia, Espanha e Suíça. Ao todo, a Dukes apoia cerca de 20 mil alunos, com quase cinco mil funcionários.
“Forte equipa de educadores”
Aatif Hassan diz, ainda, que o grupo conta com “uma forte equipa de educadores e pessoal de apoio e com especialistas em governança, finanças, compliance (o cumprimento das leis e normas (internas e externas) por parte de uma empresa) , marketing, recursos humanos, propriedade, jurídico e, o mais importante, em educação.
A parceria agora estabelecida com Dukes Education – diz o CLIB em nota de imprensa – “abre um enorme leque de oportunidades à comunidade do CLIB que vão desde o acesso a uma rede de excelentes educadores, novas experiências e oportunidades para alunos, intercâmbios entre professores e uma plataforma de partilha das melhores práticas a nível internacional. Esta colaboração traz possibilidades sem precedentes de aprendizagem e desenvolvimento aos alunos e ao staff”.
Já Helena Pina Vaz, fundadora do CLIB, acrescentou que “a adesão a este prestigiado grupo educativo é um momento muito significativo para o CLIB e a parceria marca um passo significativo na missão de elevar continuadamente a qualidade da educação” que oferecem à “comunidade portuguesa e internacional de Braga”.
“Estamos certos das mudanças positivas”, concluiu.
