As emissões de gases com efeito de estufa diminuíram 6,3% no ano passado, o segundo ano mais quente dos últimos 93 anos, revelou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).
A redução das emissões, face a 2022, deveu-se a uma diminuição no setor energético (-9,1%) e na indústria (-3,3%), “em linha com o aumento de 24,3% da produção de energia elétrica a partir de fontes renováveis (75,8% do total) e com o decréscimo da produção industrial”, destacou o INE, referindo que o índice de produção industrial diminuiu 3,1% face a 2022.
“Com o maior aumento populacional desde o início do século XXI (+123.105 habitantes), num contexto de crescimento económico (o consumo privado aumentou 1,9%), verificou-se um aumento de 1,7% do consumo interno de materiais extraídos do ambiente”, sublinhou o INE na informação divulgada online.
Apesar do aumento de resíduos urbanos e setoriais, respetivamente +0,3% e +4,7%, verificou-se “um aumento superior” na recolha seletiva de resíduos urbanos (+1,4%) e na valorização dos resíduos setoriais (+5,4%).
Num relatório sobre o Estado do Ambiente, os técnicos sublinharam também que o número de incêndios rurais em 2023 foi o segundo menor da última década em Portugal continental (7.523), assim como a segunda menor área ardida (34,5 mil hectares).
No entanto, 63,6% dessa área (23,8% das ocorrências) registou-se em agosto, que foi o quinto mais quente dos últimos 93 anos, observaram os estatísticos.
Os investimentos das empresas da indústria em termos ambientais cresceram 4,5%, sendo no domínio da Proteção da Qualidade do Ar e Clima que mais investiram (33,8% do total de investimentos).
Já o valor dos impostos com relevância ambiental (5,4 mil milhões de euros), aumentou 15,7%, “refletindo o aumento de 16,0% da receita do imposto sobre os produtos petrolíferos, o qual manteve a importância relativa no total dos impostos com relevância ambiental (60,2%)”.
O valor médio de precipitação total anual (735,8 mm) fez de 2023 o quarto ano mais seco dos últimos 10 anos e o 25.º dos últimos 93 anos, segundo a mesma fonte.
A análise do Índice de Qualidade do Ar indicou que, em média, 30,9% dos dias de 2023 apresentou uma qualidade do ar classificada com “muito bom” e 47,2% com “bom”, contra 28,2% e 45,6%, respetivamente, no ano anterior.
O INE constatou ainda que foram monitorizadas 667 águas balneares, com a maioria a apresentar um estado “excelente”.