A residência universitária que vai nascer na antiga fábrica de sabonetes Confiança, em Braga, estará pronta dentro de 400 dias e terá 786 camas, num investimento de 25,5 milhões de euros, foi hoje anunciado.
O anúncio foi feito durante a assinatura do contrato de empreitada, tendo a vereadora das Obras Municipais, Olga Pereira, sublinhado a importância da nova residência para “a diminuição da pressão do arrendamento à volta da Universidade do Minho”.
“É um projeto estratégico para o município”, afirmou Olga Pereira, apontando ainda que se trata de uma resposta às necessidades de alojamento estudantil e de um contributo para a reabilitação urbana.
A adjudicação da obra foi aprovada em finais de maio, mas entretanto uma empresa que concorreu à empreitada avançou com uma ação de impugnação em tribunal que parou o processo.
Em novembro, a empresa desistiu da ação, estando agora a obra em condições de arrancar.
O presidente da Câmara, Ricardo Rio, disse que se trata de um projeto “absolutamente crucial”, desde logo porque vai duplicar a capacidade instalada de residências da Universidade do Minho.
Além disso, destacou a dimensão da regeneração de toda a envolvente, “uma zona central da cidade”.
“Vai marcar o futuro da cidade”, afirmou o autarca.
Rio sublinhou que este é “claramente o maior” projeto de residências universitárias apoiadas pelo Plano de Recuperação e Resiliência, quer em termos de capacidade de alojamento, quer no envelope financeiro.
Destacou ainda o facto de o projeto reservar um espaço para um museu e uma loja da marca Confiança, para perpetuar a memória de uma fábrica que faz parte da história da cidade.
A fábrica Confiança foi inaugurada em 1921, tendo produzido perfumes e sabonetes até 2005.
Em 2012, foi adquirida pela Câmara de Braga, então presidida pelo socialista Mesquita Machado, por 3,6 milhões de euros.
Chegou a ser aberto um concurso de ideias para o edifício, mas em 2013 a câmara mudou de mãos e em setembro de 2018 a nova maioria PSD/CDS-PP votou pela venda, alegando que, por falta de fundos disponíveis para a reabilitação, o edifício se apresentava em “estado de degradação visível e progressiva”.
A câmara promoveu duas hastas públicas para tentar alienar o imóvel, pelo preço base de 3,6 milhões de euros, mas não apareceu nenhum interessado.
Por isso, a câmara optou pela transformação do edifício em residência universitária, aproveitando os fundos do PRR.
“Esta oportunidade não podia ser desperdiçada”, disse Ricardo Rio.
O arquiteto responsável pelo projeto, José Costa, garantiu que será mantida a traça original do antigo edifício, designadamente as fachadas.
Disse ainda que o edifício terá foco na eficiência energética e na sustentabilidade.