Declarações após o jogo Moreirense – FC Porto (2-1), da quarta eliminatória da Taça de Portugal de futebol, disputado hoje, no Estádio Comendador Joaquim de Almeida Freitas, em Moreira de Cónegos:
– César Peixoto (treinador do Moreirense): “O FC Porto entrou forte, sabíamos que isso iria acontecer. Foi melhor na primeira parte, nós não estávamos a conseguir comunicar com a equipa para corrigir algumas situações que precisávamos, principalmente defensivas, para conseguirmos ser mais agressivos, recuperar bolas em posições mais altas e termos também mais capacidade de ter bola. O FC Porto acaba por chegar ao golo e nós, mais uma vez, reagimos muito bem. Acabámos por fazer o empate e, ao intervalo, conseguimos conversar com os jogadores, explicar-lhes o que estava a acontecer no jogo.
Os jogadores ouviram, compreenderam, acreditaram e acho que é uma segunda parte totalmente diferente da nossa equipa. Muito mais agressivos, muito mais impositivos na nossa pressão, com bola, ter mais capacidade de chegar à baliza contrária. Lembro-me de uma oportunidade única na segunda parte do FC Porto, que foi uma perda de bola nossa, onde, aí sim, poderia também ter feito o golo, mas nós, com melhor definição, poderíamos ter ainda criado mais situações.
É uma segunda parte inteiramente nossa, bem gerida, com bola, sem bola. Com os ‘timings’ de pressão, obrigámos o FC Porto, muitas vezes, na saída a do pontapé de baliza a errar, a pressionar alto, e acabámos por vencer o jogo, na minha opinião, bem.
Dou os parabéns aos jogadores, sobretudo pelo trabalho, correram e trabalharam muito. São jogadores que merecem também serem felizes pela forma como se entregam todos os dias, como acreditam e como se soltaram e se libertaram na segunda parte.
Nós temos hoje para festejar, todos nós merecemos esta vitória, os adeptos também, mas os jogadores principalmente. É vivermos o momento, mas temos depois o jogo com o Rio Ave. A nossa principal competição é o campeonato e temos de nos focar a partir do início da semana”.
– Vítor Bruno (treinador do FC Porto): “[Quanto à terceira derrota consecutiva] Da mesma forma que nos foi reconhecido termos estado a perder 3-0 na Supertaça e termos virado para 4-3, são números. Uns jogam a favor, outros contra. Força total. Eu nunca me escondo, não sou de fugir de nada. Olho as pessoas na cara, porque sou sério, muito honesto no trabalho. Às vezes, não tomo as melhores decisões, é natural, mas qualquer treinador passa por isso.
Agora, tenho muita força para continuar, porque sei aquilo que faço e de que forma o faço. São ciclos, mas, obviamente, o FC Porto não pode permitir-se continuar nesta fase. Temos de rapidamente atacar no treino de amanhã. O objetivo caiu, mas quinta-feira temos outro [Anderlecht, para a Liga Europa].
A condição humana do jogador acaba por, nestes momentos, prevalecer. E eles não são imunes àquilo que vai acontecendo, mas o ónus tem de cair em cima de mim, eles não têm responsabilidade nenhuma, sou eu que os comando e lidero. Mais do que chorar agora, que não adianta, é atacar o trabalho, cada um fazer também o exame crítico, perceber onde é que pode crescer.
Ninguém, seja o mais experiente como o Marcano, com 37 anos, ou alguém como o Mora, com 17, tem a capacidade de saber tudo de futebol. É ter essa aceitação, receber a mensagem, produzir aprendizagem e crescer com os erros. A fase não é a melhor, mas isto é para o homem.
A equipa, na primeira parte, entra bem. Tem uma entrada forte, dominadora, em que se põe à frente do marcador e depois, numa aproximação inofensiva, acaba por consentir um golo. Na segunda, também temos uma ou outra abordagem oara fazer golo. Depois, sofremos num lance duvidoso, não sei se é ou penálti, nem quero entrar por aí. Depois de nos apanharmos em desvantagem, sentiu-se na equipa alguma angústia, ansiedade, intranquilidade, também fruto do momento”.