Póvoa de Lanhoso: Carvalho com 500 anos que sobreviveu à peste e ao fogo nomeado para árvore do ano

Carvalho de Calvos

O Carvalho de Calvos, na Póvoa de Lanhoso, é uma das dez árvores selecionadas para concorrer ao prémio Árvore do Ano 2025. A candidatura é a única do Minho. A árvore vencedora representa o país num concurso do mesmo género a nível europeu. Pode votar aqui.

Com mais de 500 anos de idade, este carvalho parece ter sobrevivido a quase tudo que o tentou afetar, vendo a sua classificação por parte do ICNF como “uma referência a um símbolo de resiliência do nosso património natural”.

Esta árvore centenária “sobreviveu à amputação de ramos – por doença – e a fogueiras, tendo sido classificado em 1997”. “Imagine-se a quantidade de serviços de ecossistema que este Quercus robur já promoveu”, indaga o instituto.

A imponente árvore tem cerca de 30 metros de altura, 34,4 de diâmetro (copa) e perímetro de 11,50 metros (base). Alberga vários tipos de animais, como é o caso do escaravelho vaca-loura (Lucanus cervus), “espécie protegida e dependente de árvores antigas”.

O ICNF destaca que, por ser “representativo de um património que importa perpetuar já mereceu um centro interpretativo”.

De acordo com o centro, o carvalho “tem sido ao longo dos séculos uma árvore considerada muito importante sendo a ela que estão associados muitos rituais celtas e na Península Ibérica era considerada como um símbolo de força e resistência”.

Para além do nome oficial, é ainda conhecido por “carvalha grossa” ou “carvalha da Fondoua”. É um Carvalho alvarinho (Quercus robur) e é desde 22 de agosto de 1997 uma árvore classificada de interesse público.

“Esta classificação foi conseguida dadas as suas características ímpares e únicas. Estima-se que seja o Carvalho mais antigo da Península Ibérica e o segundo mais antigo da Europa”, pode ler-se no site do centro interpretativo local.

Sobre o concurso Árvore do Ano

Este concurso, promovido pela União de Organizações de Produtores Florestais (UNAC) pretende premiar as árvores “mais interessantes”, e decorre desde 2011, inspirado num concurso semelhante que ocorre na Chéquia.  Atualmente, existem 16 países europeus envolvidos no concurso.

“O propósito da Árvore Europeia do Ano é destacar a importância das árvores antigas na herança cultural e natural, que merece toda a nossa atenção e proteção”, refere a organização.

“Ao contrário de outros concursos, a Árvore Europeia do Ano não se foca apenas na beleza, no tamanho ou na idade da árvore, mas sim na sua história e relações com as pessoas”, explica.

A UNAC “representa os interesses dos produtores florestais do espaço mediterrânico português junto das instituições nacionais e europeias”, pode ler-se no site da associação.

 
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