Morreu, na madrugada de domingo, aos 93 anos, Paulo Alexandre, cantor do êxito “Vinho Verde”.
A notícia foi avançada, hoje, nas redes sociais, pelo filho do músico, Alexandre Santos.
“Hoje, com o coração apertado, venho compartilhar uma notícia que nunca imaginei precisar escrever. O meu querido pai, de nome artístico Paulo Alexandre, deixou-nos ontem de madrugada. Mais do que um artista de talento único, ele foi um ser humano extraordinário, cheio de amor, sabedoria e uma paixão contagiante pela música e pela vida”, escreve o filho.
“Para muitos, ele era o Paulo Alexandre, o artista cujas canções marcaram gerações. Para mim, ele era meu porto seguro, o meu maior exemplo e inspiração. O seu legado musical continuará vivo, tocando os corações de quem o ouve, mas a sua ausência será sentida de uma maneira profunda por aqueles que tiveram o privilégio de conhecê-lo de perto. Sei que ele gostaria que todos o lembrassem com um sorriso, celebrando a alegria que ele sempre buscou espalhar através de sua arte. Pai, serás sempre a melodia que ecoa nos nossos corações. É a minha vez de dizer “Vamos brindar!”…. à tua… meu amor.
Descansa em paz”, acrescenta Alexandre Santos.
O velório realiza-se amanhã, às 18:00, no Centro Funerário Basílica da Estrela, em Lísboa.
O funeral está marcado para quarta-feira, às 11:15, no mesmo local.
Conhecido pela adaptação que fez do tema alemão “Griechischer Wein”, de Udo Jürgens, para o português como “Verde Vinho”, Paulo Alexandre nasceu em Vouzela, em 1931, mas mudou-se para Lisboa cedo na vida, iniciando a carreira radiofónica na Emissora Nacional em 1954, como lembra a biografia disponível na página da Meloteca.
“Pouco depois integra o quarteto vocal 4 de Espadas, com Américo Lima, Fernando La Rua e Nuno d’Almeida. Curiosamente, os primeiros passos discográficos tanto em nome próprio como do grupo têm lugar no mesmo ano de 1959. Um EP com quatro composições de [maestro e compositor] Belo Marques, todas elas dedicadas a Lisboa, e com direção de orquestra de João Nobre marca assim o pontapé de saída de uma carreira longa”, escreveu o investigador João Carlos Callixto, num texto para o programa “Gramofone”.
“Verde Vinho”, de 1977, alcançou dois discos de ouro e sucesso também no Brasil, de tal forma que até originou um filme, de 1981, que o próprio protagonizou.
Produtor e locutor de rádio, trabalhou também para a televisão. “Homem de múltiplas facetas, conciliou a vida artística com uma distinta carreira como bancário, culminando na Direção do Departamento de Relações Internacionais do Banco Pinto & Sotto Mayor”, acrescentou a Servilusa, que lembrou que Alexandre se despediu dos palcos em 2000.
Com Lusa