“Há uma concentração excessiva em Lisboa” da imprensa e audiovisual

Considera o ministro dos Assuntos Parlamentares
Foto: LUSA

O ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, considerou hoje que “há, de facto, uma concentração excessiva em Lisboa” da imprensa e indústria audiovisual, após uma visita ao Centro de Produção do Norte da RTP, em Gaia.

“Há, de facto, uma concentração excessiva em Lisboa, na capital, naquilo que são a produção de conteúdos e, em geral, daquilo que é o trabalho feito, jornalístico e não só, em termos de comunicação social”, disse hoje Pedro Duarte, após uma visita ao Centro de Produção do Norte da RTP, em Vila Nova de Gaia (distrito do Porto).

O governante afirmou que o executivo está “a apostar muito na imprensa regional e local” no âmbito do Plano de Ação para a Comunicação Social apresentado no início de outubro.

Afirmando que o Centro de Produção do Norte assegura 40% de toda a programação informativa televisiva da RTP, o ministro frisou que a estação pública de rádio e televisão dá “corpo a todo o território nacional” e “voz a todos os portugueses, independentemente do local onde estejam”.

Questionado acerca das questões levantadas pela Subcomissão de Trabalhadores do Norte da RTP quanto ao fim da publicidade na estação pública, Pedro Duarte disse ter tomado nota “com muito cuidado”.

“Temos de ouvir todas as pessoas e perceber as suas angústias, incertezas e dúvidas. Estamos disponíveis para esclarecer”, frisou, dizendo que se iria reunir hoje com a Subcomissão.

Segundo o ministro, a proposta de “cortar publicidade na RTP1 tem um objetivo construtivo de dar mais força e mais relevância à RTP, e não o contrário”.

“Bem sei que houve algumas interpretações, umas de forma natural e legítima, e outras talvez com uma intenção um bocadinho mais política, que também faz parte da nossa democracia, tentaram deturpar um pouco do que é a realidade”, considerou.

Segundo o governante, o que está em causa não é “cortar nenhum investimento na RTP”, mas sim “aumentar de forma muito significativa” a aposta na estação pública de rádio e televisão.

“Queremos que a RTP dê um salto do ponto de vista tecnológico e do ponto de vista de ir ao encontro do que é a realidade, hoje em dia, do público que quer atingir”, vincou, frisando que a questão não está na RTP, hoje em dia, “estar a fazer as coisas erradas”, mas porque “tudo à volta mudou”.

Segundo Pedro Duarte, em causa está um aumento de capital da RTP em mais de 14 milhões do Governo e um empréstimo bancário de 40 milhões de euros “que vai ajudar a um conjunto de investimentos”, como os em curso no Centro de Produção do Norte e também em Lisboa.

 
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