O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, disse hoje que a situação que se vive atualmente no Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) veio “desmascarar” os problemas na saúde, no socorro às populações e na falta de profissionais.
“No que diz respeito à saúde, ao socorro, à falta de meios, à falta de profissionais, o rei vai nu e este é o grande problema que a situação do INEM veio desmascarar nestes dias com um problema dramático de falta de meios, de falta de condições para prestar o socorro a todos aqueles que necessitam dele”, afirmou Paulo Raimundo.
O líder comunista discursava em Sines, no distrito de Setúbal, durante o Almoço Regional com perto de uma centena de militantes e simpatizantes do partido, no âmbito da campanha “Aumentar salários e pensões, por uma vida melhor”.
Para Paulo Raimundo, apesar da situação que o país enfrenta, o Governo continua a ser “extraordinariamente eficaz em transformar” os atuais problemas numa “oportunidade de negócio para o setor privado”.
“Perante o rei vai nu o que é que o Governo faz? Propaganda, anúncios, empurra com a barriga para a frente e pior ainda, tal como sempre dissemos relativamente a todas as questões que se colocam” é “extraordinariamente eficaz em transformar cada um dos problemas com o qual nós vivemos numa grande oportunidade de negócio para o setor privado”, criticou.
Para o secretário-geral do PCP, “o rei vai nu na saúde, o rei vai nu na educação, o rei vai nu nas forças de segurança, o rei vai nu na justiça, mas também nas Forças Armadas”.
“Faltam médicos, faltam enfermeiros, faltam técnicos do INEM, faltam professores e faltam auxiliares, falta pessoal nas forças de segurança, faltam funcionários na justiça, faltam trabalhadores em tantos outros serviços públicos, faltam escolas, esquadras, hospitais, estradas, transportes, faltam casas que a maioria consiga pagar, faltam lares, faltam creches. E, com tanto que falta, o grande contentamento do Governo é ter excedentes orçamentais”, afirmou.
Sobre as pensões, Paulo Raimundo reiterou que o partido não está “contra os apoios pontuais aos reformados”, considerando ser esta mais uma medida que não resolve “os problemas de fundo”.
“O problema é que as contas de todos os dias, de todos os meses, a água, a luz, os medicamentos, a alimentação, a casa, a renda, tudo isso não se paga quando vier, eventualmente, o tal apoio pontual. Isso paga-se todos os meses e a única forma de garantir a elevação das condições de vida também dos reformados, não é dando apoios pontuais em meados do ano”, mas “aumentando as reformas de forma significativa para quem trabalhou a vida inteira”, defendeu.
No encontro regional, o líder comunista criticou ainda os lucros da banca e das grandes empresas como a Galp e insistiu que o Orçamento do Estado “é mais uma peça ao serviço dos grupos económicos”.
Sobre a redução da taxa de 1% do IRC, Paulo Raimundo disse que “se destina às empresas com maiores lucros”.
“É para as grandes empresas que se destina a redução do 1% do IRC, sob a falsidade de que temos as taxas mais elevadas”, acusou.