“O cenário desolador que tomou conta do Luziamar”. É esta a consideração do portal Olhar Viana do Castelo, que este domingo revelou imagens do antigo complexo turístico Luziamar, na zona do Cabedelo, em Darque, Viana do Castelo.
“Este equipamento oferecia serviço de restaurante, bar, piscina, campos de ténis… mas a sua discoteca era o espaço de animação mais afamado e procurado”, recorda a publicação.
Lembra ainda que entre 1974, quando abriu, e meados da década de 1990, quando fechou, “foi umas das principais referências na noite da região Norte de Portugal e da Galiza, marcando uma geração que ainda hoje o recorda com saudade”.
Como O MINHO noticiou em setembro, o fotógrafo Márcio Ribeiro, de Deão, Viana do Castelo, também revelou imagens do complexo, estas tiradas no interior.
Projetado em 1969
O complexo foi projetado pelo arquiteto Francisco José Gouveia Alves Nogueira.
Como se pode ler na tese de mestrado “(Re)Habitar Luziamar: Intervenção arquitetónica num antigo complexo turístico”, da autoria de Liliana Branco, foi projetada em 1969 a construção de uma piscina, restaurante, salão de festas, ‘court de ténis’ e parque infantil.
“O edifício construído, é composto por três volumes, dois paralelepípedos e um octógono central, que comunicam entre si e possui na sua constituição dois pisos, sendo que no volume a nascente é construído um 3.º piso, o solário”, refere.
Estava ainda prevista a construção de uma unidade hoteleira numa segunda fase, mas essa nunca avançou.
Para a classe média-alta
De acordo com o mesmo documento, a proposta inicial não definia a Luziamar como sendo, “apenas”, uma discoteca.
“Inicialmente este espaço tinha a importância de um cube para a classe média alta. Sobre este existem muitas referências de eventos lá realizados, sobre a importância e fama do restaurante e das tardes de piscina. No programa, restava à boîte uma parte muito pequena do edifício”, notou.
Na década de 90, o espaço encerrou ao público e ficou marcado nas memórias da população da região.
“Sobre Luziamar ouvem-se as mais variadas histórias, desde as noites na discoteca, os casamentos, os campos de férias e outros eventos lá realizados”, escreveu Liliana Branco, no documento publicado em 2018.
Em 2005, conforme refere uma notícia do jornal Público, havia intenção da empresa proprietária – Construções Rites – de investir 10 milhões para recuperar o espaço e colocá-lo ao serviço turismo, com hotel, bares e habitações.