O empoderamento das associações regionais, a melhoria da comunicação e o reforço da ambição olímpica são os principais focos da nova direção da Federação Portuguesa de Ténis de Mesa, agora presidida por Fernando Malheiro.
“(Incrementar) o diálogo com as associações, que são e têm de ser o verdadeiro braço armado da federação para o desenvolvimento da modalidade. Queremos ter com as associações, clubes e atletas mais proximidade e um diálogo permanente”, destacou o dirigente, em declarações à Lusa.
Fernando Malheiro, antigo praticante, treinador e diretor técnico regional e nacional, encabeçou a Lista B, que obteve 20 votos, seguida da A, de Sérgio Castanheira, com 15, e da C, de Mário Teixeira, com seis.
“Queria desenvolver associações distritais em todo o país e com um diretor técnico em cada uma. É começar paulatinamente e ter o máximo possível até ao fim do mandato. O objetivo é dobrar o número de agentes desportivos, de 3.000 para 6.000”, comprometeu-se o dirigente de 60 anos, esperançoso em criar essas estruturas em Bragança, Braga, Portalegre, Castelo Branco e Santarém, entre outras.
Apesar de o seu projeto não personificar a continuidade do trabalho de Pedro Moura, que, após três mandatos, não se pôde recandidatar, o novo presidente pretende igualmente “dar seguimento ao muito de bom que tem sido feito”.
“Falo da organização de provas internacionais e a atenção ao projeto olímpico. Temos estado em todos os Jogos desde 2008 e a intenção é continuarmos a estar lá e começarmos a chegar de novo ao diploma (até ao oitavo lugar), voltar a lutar por isso e também assumir o objetivo – um sonho – da medalha olímpica”, arrogou.
Em Paris2024, Fu Yu e Jieni Shao foram 17.ª na prova individual, na qual Marcos Freitas e Tiago Apolónia terminaram em 33.º: em equipas masculinas, esta dupla, reforçada pelo estreante João Geraldo, concluiu o seu percurso na nona posição.
Em Los Angeles2028, o novo elenco federativo deseja levar duas equipas (três elementos cada) e melhorar o desempenho, aproveitando um lote de atletas muito experiente e que, acredita, tem ainda “muito para dar” ao ténis de mesa português.
“Não são propriamente jovens, mas também sabemos que as condições são muito diferentes de antigamente. Cuidam muito bem do seu corpo e mente. Temos outros meios de apoio – médicos, psicológicos, fisiátricos e nutrição – e muito mais avançados, que permitem maior longevidade. Estou em crer que podemos manter estes atletas ao mais alto nível e juntá-los a jovens de elevado potencial e assim criar um novo nível de ambição”, assumiu.
Fu Yu, com 45 anos, é a mais experiente, seguida de João Monteiro, com 41, Tiago Apolónia, com 38, Marcos Freitas, com 36, e Jieni Shao com 30.
O antigo professor de filosofia enfatizou a necessidade da sua equipa ser bem-sucedida na promoção do “crescimento em número agentes, melhoria organizativa e comunicacional” como fatores chave para o sucesso, até para responder à “vontade de mudança” expressa nas eleições.
“As pessoas optaram claramente pela mudança e nós representamos essa esperança. Não apenas nos 45 delegados que votaram, mas em toda a comunidade, na qual vimos a satisfação com que se encarou a nossa vitoria. Temos o dever de concretizar essa esperança e os objetivos a que nos propusemos nestes quatro anos”, concluiu.
Fernando Malheiro, que foi diretor desportivo do Centro de Alto Rendimento (CAR) de Vila Nova de Gaia, considera estar “muito bem preparado” para a missão que o espera, revelando que nesta campanha eleitoral ficou a conhecer “muito bem” a realidade da modalidade em todo o país.