Os agricultores afetados pelos incêndios de setembro na região Norte declararam, até hoje, 2,4 milhões de euros de prejuízos, de acordo com informação disponível no portal da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N).
De acordo com um portal criado na sequência dos incêndios de setembro, até às 17:20 de hoje 621 agricultores declararam prejuízos totais de 2,4 milhões de euros em candidaturas aceites pela CCDR-N, sendo que, como o limite de apoios é de seis mil euros, o valor considerado pela comissão regional vai apenas até 1,7 milhões de euros.
O montante do capital produtivo afetado ascende também a 2,4 milhões de euros, sendo que o valor que diz respeito à alimentação animal é de 239 mil euros e o referente à morte de animais foi quantificado em 54 mil euros.
No dia 23 de outubro, 369 agricultores tinham reportado 1,4 milhões de euros de prejuízos.
De acordo com os pedidos já aceites pela CCDR-N, o concelho com maior montante de prejuízo declarado foi Cinfães (distrito de Viseu) com 341 mil euros, seguido de Baião (Porto) com 312 mil euros, Resende (distrito de Viseu) com 283 milhões de euros Cabeceiras de Basto (Braga) com 232 mil euros e Vila Pouca de Aguiar (Vila Real) com 187 mil euros.
Cinfães lidera também o número de candidaturas na região Norte, com 119, seguido de Resende com 90, Baião com 83, Vila Pouca de Aguiar com 74 e Cabeceiras de Basto com 72.
De acordo com o mesmo portal da CCDR-N, no total terão sido afetados na região Norte 3.203 agricultores inscritos em parcelário, com território correspondente a 8.169 hectares parcelados.
O número de parcelas afetadas é de 1.621, o número de declarações apresentadas desde 12 de setembro é de 795 e o número de construções agrícolas afetadas foi de 284.
Porém, no total, na região arderam 69.830 hectares, dos quais 28.116 de matos, 17.049 de florestas de eucaliptos, 7.211 de floresta de pinheiro bravo, 3.940 de florestas de outros carvalhos e 3.068 de florestas de outras folhosas.
Completam a área ardida, em menor dimensão, culturas temporárias de sequeiro e regadio, vegetação esparsa, agricultura com espaços naturais e seminaturais, florestas de outras resinosas e florestas de espécies invasoras.
No mês de setembro, os grandes incêndios das regiões Norte e Centro do país provocaram nove mortos, mais de 170 feridos e a destruição de dezenas de habitações.
Segundo o sistema europeu de observação terrestre Copernicus, só entre os dias 15 e 20 de setembro arderam em Portugal continental cerca de 135.000 hectares, dos quais mais de 116.000 no Norte e Centro, que assim concentraram a maior parte da área ardida em território nacional.