O antigo canoísta Emanuel Silva admitiu esta quarta-feira estar a ponderar uma possível candidatura à presidência da Comissão de Atletas Olímpicos (CAO), cargo para o qual sente estar a ser “empurrado”.
“Confesso que estou a ser muito empurrado para a Comissão de Atletas Olímpicos. Não é a minha prioridade atualmente pensar nisso, até porque me retirei há pouco tempo. Eu sempre disse que a minha prioridade é o meu negócio, o meu alojamento local no Gerês, e a minha família, acima de tudo. Mas, claro, se tiver as condições reunidas e o apoio necessário, quem sabe não possa aceitar este desafio da Comissão de Atletas Olímpicos”, referiu o atleta natural de Braga.
No segundo dia do Fórum Nacional de Atletas, organizado pela CAO, Emanuel Silva, que anunciou a retirada do desporto de alta competição em abril, lembrou que ainda “faltam alguns meses” para as eleições, que “podem ser uns meses de análise, de reflexão, de aconselhamento”, e que esta será sempre uma decisão familiar.
“Todos os meus objetivos eram também objetivos familiares, sejam desportivos, seja no âmbito pessoal. E eu, ao aceitar este desafio, também tem de ser um desafio da minha família, porque assim eu vou continuar, obviamente, mais um bocado ausente e a minha família tem de estar preparada e aceitar isso. A última decisão será minha, mas terá que ser conversado à mesa, porque eu tenho uma uma mulher, uma filha, passei mais de 200 dias fora de casa nestes 20 anos de carreira”, assumiu.
Acreditando que vai ter o apoio total da família, como teve enquanto canoísta de alto rendimento, Emanuel Silva diz-se agradado com o apoio que vai recebendo dos outros atletas para poder ser o sucessor da ex-nadadora Diana Gomes à frente da CAO, num ato eleitoral que será sempre depois das eleições para o Comité Olímpico de Portugal, previstas para março.
“É um sinal de grande confiança e eu tenho visto com muito entusiasmo dizerem-me ‘Emanuel tens de ser tu, tens de ser tu’. Não vou negar que é de louvar e eu fico bastante satisfeito. […] Fico contente, é gratificante para mim, mas é um assunto que vou ter que pensar e analisar e conversar em casa com a família e com os meus conselheiros”, referiu.
O antigo canoísta garante que a decisão “tem de ser muito bem estruturada” e “muito consciente”, porque se está “a falar da Comissão da Atletas Olímpicos, não é propriamente a comissão do bairro”.
“Isto aqui já tem uma estrutura muito sólida, muito bem representada e, claro que, quando assumimos um compromisso, é um compromisso muito profissional e tem de ser aceite sabendo o grau de exigência que exige”, afirmou.
Emanuel Silva deixou ainda “uma crítica construtiva” em relação ao novo presidente da Federação Portuguesa de Canoagem, Ricardo Machado, que “não viu que o Emanuel pudesse ser parte da solução para integrar” o organismo.
“Acredito que ele tenha elegido pessoas de grande valor e de grande valia para a modalidade, mas, no entanto, o Emanuel está sempre disponível para contribuir para o melhor, para o desporto nacional, seja como conselheiro da Federação, seja no Comité Olímpico ou até mesmo na Comissão de Atletas Olímpicos”, assegurou.
Emanuel Silva conquistou a medalha de prata em Londres2012, em K2 1.000 metros, ao lado de Fernando Pimenta, não conseguindo uma vaga para Paris2024, nos quais poderia ter disputado os seus sextos Jogos Olímpicos.