O mural do Bloco de Esquerda (BE) alusivo ao 25 de Abril, junto à Central de Camionagem, em Barcelos, foi vandalizado. O partido atribui o ato de vandalismo a um grupo de extrema-direita.
Em comunicado enviado a O MINHO, a Concelhia do BE refere que tomou conhecido da vandalização do mural, que foram pintado pelos seus militantes e simpatizantes em 2021, no passado dia 19 de setembro.
O mural continha a inscrição “Fascistas não passarão. Abril sempre” acompanhada de um cravo, símbolo da Revolução de Abril.
“Surpreendentemente, o ato de vandalização de que o mural foi alvo teve, não apenas o objetivo de cobrir a frase comemorativa da Revolução que nos trouxe a liberdade e derrotou a ditadura fascista, mas também de cobrir o próprio cravo, símbolo máximo da libertação do nosso povo”, salienta o partido.
O BE salienta que o mural “não foi o único alvo do vandalismo, algo que se enquadra na atual realidade política barcelense, em que a vandalização de propaganda política se tem tornado prática cada vez mais comum no nosso concelho”.
“Exemplo disso mesmo é a forma como os cartazes do Bloco de Esquerda, de apoio à luta do povo palestiniano e pelo fim da guerra, foram rapidamente rasgados após serem colados em estruturas próprias”, acrescenta.
O BE nota que, “ao contrário do que tem acontecido com estes cartazes do Bloco de Esquerda, desta vez os responsáveis pela vandalização fizeram questão de se identificar”.
“Além do nosso mural, foram ainda vandalizados materiais de propaganda de outros partidos. Sem surpresa, trata-se de um dos pequenos grupos de extrema-direita, afeto a vários partidos, incluindo alguns com representação política”, salienta.
Recorde-se que a Câmara de Barcelos apresentou uma queixa-crime contra o BE por causa do mural, mas esta acabou arquivada.
“Segundo o Ministério Público, não existiu qualquer ilícito na pintura do mural, não havendo qualquer razão para avançar com o processo. Não será com um triste ato como este que nos amedrontar ou recuar na defesa de Abril e dos seus valores”, afirma a Concelhia bloquista.
E conclui: “O Bloco de Esquerda e todos os seus militantes em Barcelos não se deixarão intimidar pela ação de uns poucos, feita pela calada da noite. As e os barcelenses podem continuar a contar com o Bloco para estar na linha da frente da defesa das liberdades e todas as conquistas que Abril nos trouxe. Não recuaremos na luta contra o fascismo e contra quem defende o regresso da ditadura de que nos libertamos, enquanto povo e país. Não irão calar nem apagar Abril. Teremos sempre mais tinta e não iremos baixar os braços. Fascistas não passarão, Abril sempre”.