O comandante do Regimento de Cavalaria 6 (RC6), de Braga, coronel José Pedro Mataloto, destacou, esta terça-feira, o apoio às populações e a defesa da floresta, entre as muitas missões internas desta unidade militar, a par das operações internacionais em que continua a participar, em alguns dos mais arriscados e complexos conflitos armados, mas ainda na manutenção de paz.
Na alocução, a propósito do 315.º aniversário do Regimento de Cavalaria 6, em Braga, os “Dragões de Entre Douro e Minho”, proferida no Quartel do Areal, o coronel José Pedro Mataloto recordou que em 2023 os seus militares “apoiaram” as populações com “toda a entrega e abnegação e estiveram em Castelo Branco em ações de rescaldo e de vigilância pós incêndio”.
Ainda segundo o comandante do RC6, aquartelado em Braga, o coronel José Pedro Mataloto acrescentou que “no ano de 2023 os nossos militares fizeram mais de 125 patrulhas de vigilância no âmbito do protocolo Faunos [de vigilância e dissuasão nas florestas de Braga e do resto do Minho] e mais de 60 patrulhas no âmbito do protocolo com a Câmara Municipal de Braga (recentemente renovado), percorrendo mais de 22.000 km por terras minhotas, defendendo o património natural desta região”.
As missões internacionais do RC6
O comandante do Regimento de Cavalaria 6, coronel José Pedro Mataloto, dirigindo-se aos seus militares, enalteceu serem eles que “treinam e se preparam para estarem prontos quando Portugal e os portugueses necessitarem, seja em território nacional, seja na Roménia, seja na República Centro Africana seja em Moçambique, tal como nos últimos anos estiveram na Bósnia Herzegovina, no Kosovo, em Timor Leste, no Afeganistão, na Lituânia ou no Iraque”, sendo os mais recentes exemplos.
“No âmbito do treino e aprontamento de forças estiveram em todos os exercícios da Brigada de Intervenção, participaram no principal exercício do Exército, o ORION 24 e estiveram nos exercícios da Força Aérea Portuguesa, HotBlade e Real Thaw 24”, ainda segundo o coronel, destacando que “em Espanha, participaram no exercício de reconhecimento da Brigada Galícia VII e mais recentemente estiveram presentes na segunda edição do exercício ARTEX onde contribuíram para a experimentação e modernização tecnológica do Exército, sendo que todos estes exercícios cumpriram o vosso dever com brio, energia e saber”.
Comandante das Forças Terrestres defende preparação mais exigente
Entretanto, o comandante das Forças Terrestres, tenente-general Rui Ferreira, defendeu “a preparação ainda mais exigente dos efetivos, para estarmos habilitados a conduzir operações no seio das alianças que o país decidiu desde há longa data integrar”.
Discursando também no 315.º aniversário do Regimento de Cavalaria 6, aquele oficial-general destacou “o atual momento de conflitualidade no Leste da Europa, em que os nossos olhos vêem, simultaneamente, o regresso das velhas trincheiras a rasgarem os solos europeus, convivendo com o recurso à sofisticação e robotização dos meios na condução da mesma guerra”.
“Este quadro convoca-nos para essa melhor preparação e traz o imperativo de os Estados prepararem forças militares capazes de atuar de forma equilibrada e flexível, potenciando o emprego de armas combinadas”, afirmou o tenente-general Rui Ferreira.
“Não obstante, é entendido que o quadro internacional não deverá absorver, em exclusivo toda a nossa atenção”, ainda segundo o tenente-general Rui Ferreira, para quem “os desafios no contexto interno são também hoje mais diversificados, impelindo à necessidade de ter o Exército capacitado para atuar em situações de emergência, disponibilizando com prontidão competências e capacidades de uso dual em apoio às populações numa ótica preditiva e na resposta a acidentes naturais ou outras catástrofes”.
“Reafirmo a ambição numa componente operacional pronta para servir e preparada para combater, constituída por pessoas motivadas, conduzidas por lideranças próximas e solidárias, comprometidas com a missão, praticando a disciplina militar e capazes de pelo exemplo potenciar elevados níveis de desempenho e de satisfação profissional”, disse o mesmo oficial-general.
Referindo-se ao Regimento de Cavalaria 6, o comandante das Forças Terrestres, tenente-general Rui Ferreira referiu “o espetro de missões e tarefas bem diversificado, correspondeu, recentemente, na sua plenitude e em diferentes dimensões de atuação”.
“A projeção dos nossos meios militares para operações na Roménia, bem como para o teatro de operações da República Centro Africana, a proficiência técnico-tática do Grupo de Reconhecimento, da Brigada de Intervenção e a disponibilização de capacidades no âmbito do Apoio Militar de Emergência” foram igualmente destacadas pelo comandante das Forças Terrestres.