O jovem Martim Costa, de Viana do Castelo, foi premiado num concurso promovido pela Fenprof, integrado nas comemorações dos 50 anos do 25 de Abril.
O estudante da turma do 6.º D, da escola EB 2,3 da Frei Bartolomeu dos Mártires, do Agrupamento de Escolas (AE) de Santa Maria Maior, participou com o texto “A História e a Música – Os Simbolismos de Abril”.
A cerimónia de entrega do prémio decorreu na sede de AE, na presença da diretora Sílvia Vidinha e dirigente Sónia Rocha em representação da federação sindical, entre outros participantes.
Esta foi uma iniciativa que se realizou em colaboração com a Associação 25 de Abril, com a qual se pretendeu “desenvolver a reflexão, o espírito crítico e a criatividade de crianças, jovens e adultos em torno da temática e valorizar a liberdade e a memória enquanto património histórico coletivo”.
O concurso premiou as melhores produções alusivas ao 25 de Abril de 1974 nas seguintes vertentes: texto criativo; cartaz; banda desenhada e destinou-se a crianças e jovens dos seguintes escalões: Educação pré-escolar; 1.º Ciclo do Ensino Básico; 2.º e 3.º Ciclos do Ensino Básico; Ensino Secundário; Ensino Superior.
Texto na íntegra:
A História e a Música – Os Simbolismos de Abril
Querem que vos conte uma história daquelas com H maiúsculo?
Corria a noite de 24 de abril de 1974, Portugal vivia na miséria, na podridão escoltada por um mau regime a que deram o nome de “Estado novo”, que era um regime autoritário, conservador e nacionalista de inspiração fascista, criado por António de Oliveira Salazar, que oprimia o povo, tirando-lhe a voz, o poder de se expressar, resumindo era como Zeca Afonso dizia “Eles comem tudo, eles comem tudo e não deixam nada”. Mas afinal o que é que nós, o povo português revindicávamos! Nós só queríamos “a paz, o pão, a habitação, saúde e a educação” como já dizia o grande Sérgio Godinho.
Mas esperem, 22h55m batem no relógio e na Rádio Renascença, João Paulo Diniz entoa a frase emblemática. “Faltam cinco minutos para as 23 horas”, a senha original desta grande noite e de seguida toca o “E Depois Do Adeus” de Paulo de Carvalho! E com as palavras: “Quis saber quem sou. O que faço aqui. Quem me abandonou? De quem me esqueci.” Começa assim a Revolução dos Cravos!
“Entram cavaleiros à garupa do seu heroísmo, entra aquela música maluca do passodoblismo, entra a aficionada e a caduca, mais o snobismo e cismo” não vos faz lembrar nada? Sim, mas para além da música do Fernando Tordo, pelo menos a mim lembra-me a orquestra do MFA, Movimento das Forças Armadas a fazer a sua atuação no Quartel do Carmo! E “sem” sangue derramado e com o único vermelho presente a ser o cravo das espingardas Portugal conquistou a tão esperada liberdade tornando-se, como diz José Afonso, “Grândola Vila Morena, a Terra da fraternidade”.
E agora? Sim, Portugal é livre, nós somos como as gaivotas: voamos, voamos, nós somos como as papoilas: crescemos, crescemos. Nós somos um povo que cerra fileiras, partimos à conquista do pão e da paz. E lembrem se nós somos livres, sim, somos livres, e eu tenho a certeza de que não voltaremos atrás.
VIVA A LIBERDADE!