Sal, Rosa Mimosa Y Sus Mariposas, Daniela Oliveira, Galandum Galundaina, Nahuel Colectivo, Esoteric e Azeituna são alguns dos nome que compõem o cartaz do festival Aldeia de Lobos, que se realiza nos dias 12 e 13 de julho, em Fafião, Montalegre, em pleno Parque Nacional na Peneda-Gerês.
Na aldeia onde o lobo era levado para morrer, nasceu em 2018 um festival em prol da sua preservação. Em tempos idos, esta espécie, hoje em estado ameaçado, era inimiga da população de Fafião – uma das poucas aldeias do país que ainda conserva as seculares tradições das vezeiras.
“Tréguas feitas, julho é o mês em que, nesta terra, agora se celebra o lobo”, salienta a organização.
Aldeia de Lobos é um festival comunitário que tem como protagonista central o lobo-ibérico e a sua relação com a comunidade local, este ano com uma parceria entre várias entidades ligadas à proteção da espécie e coligados num projeto de parceria, LIFE Wild Wolf.
De outras tradições da aldeia também se faz esta festa, ao som de charangas e com o aroma a conforto da imensa gastronomia do baixo barroso que pelas chaminés da população e dos diversos restaurantes locais vão animando as hostes.
Nas cortes onde os animais pernoitam, estarão as exposições e instalações artísticas que incluem têxtil, artes plásticas, cerâmica da autoria de vários elementos da Associação Acendalha, cuja parceria local nos trará um mar de arte.
As ruas estão guardadas para outras intervenções artísticas e tradicionais. Não faltará também a recriação da mítica Queimada Galega a cargo do Ulisses Pereira, já por diversas vezes protagonista deste ritual pagão praticado há vários séculos na região.
Mas também de música se faz o festival Aldeia de Lobos com dois dias de concertos e sets de DJ e de artistas nacionais e internacionais. Ao mesmo tempo, há exposições de escultura, pintura, fotografia que estarão distribuídas pela aldeia de Fafião.
Os visitantes poderão ainda participar em sessões de vídeo acompanhas pelo criador do projeto LIFE, Francisco Álvares, havendo também espaço para aqueles que são os adeptos das caminhadas usufruindo este ano de um trilho ancestral com muita história e paisagens de tirar o ar orientado pelo mestre de Serra Alcides Afonso e este ano com a colaboração especial da plataforma loboibérico.pt.
O mercado com produtos produzidos nos campos por nativos da aldeia estará a funcionar e haverá tempo para comer e beber o que de melhor se produz em terras do barroso.
Durante os dias do festival, os visitantes poderão acompanhar uma exposição biográfica dos santos que compõem o interior da capela da aldeia, a realizar pelo grupo de restauro Dalmática que se internacionalizou graças ao restauro do retábulo-mor da Catedral do Panamá, visitada e elogiada pelo Papa Francisco e por Marcelo Rebelo de Sousa em 2019.
Este ano, o tema da tertúlia do festival será Do Garrano ao Pastoreio Extensivo com a presença das várias entidades ligadas ao Lobo Ibérico como o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, Grupo Lobo, Associação para a conservação do Habitat do Lobo Ibérico, Associação de Criadores de Equinos da Raça Garrana, Projeto LIFE Wild Wolf, CiBio e Câmara Municipal.