Vários testemunhos falam num “grande clarão” visto esta noite nos céus do Minho, apontando para que seja um meteoro que explodiu ao reentrar na atmosfera.
O clarão foi visto às 23:46 em cidades como Braga, Guimarães, Barcelos e Famalicão, havendo já dezenas de relatos nas redes sociais.
A O MINHO, alguns habitantes de Braga testemunharam “um grande clarão”, havendo quem falasse também numa “explosão”.
Em Barcelos, a videovigilância mostra como o céu nublado ficou verde durante dois segundos.
Ainda não há dados sobre o que se terá tratado, mas tudo aponta para a queda de um meteorito.
A reentrada de bólides (meteoros de maior dimensão) na atmosfera é algo comum e já vista várias vezes nos céus do Minho.
No início deste ano, O MINHO e alguns dos seus leitores colaboraram com o professor de astronomia na Universidade de Santiago de Compostela, Manuel Andrade Valinho, astrofísico que dedica parte da sua investigação a este fenómeno, encontrando-se ainda a analisar o bólide semelhante que irrompeu no Norte em 17 de dezembro de 2023.
Mais de 500 observados em Braga
Em dezembro de 2023, durante a chuva de estrelas Perseidas, que ocorre todos os anos, o Observatório Astronómico de Gualtar, em Braga, registou a entrada na atmosfera de mais de 500 meteoros numa só noite.
O meteoro leva essa designação apenas quando entra na atmosfera terrestre para se desintegrar. À semelhança do que ocorre com o relâmpago na trovoada, o meteoro é também um “flash” de luz, neste caso que ocorre quando o bólide vindo do espaço se desintegra antes de atingir solo planetário.
Onda de choque é que causa ferimentos
Em entrevista a O MINHO, em 2022, o astrofísico Nuno Peixinho, recordou o meteoro que caiu na Rússia (em 2013), porque foi um acordar para a realidade, ou seja: não é preciso ser muito grande para causar muitos estragos.
Referia-se ao meteorito que caiu em Chelyabinsk, a 15 de fevereiro de 2013, e que provocou ferimentos em mais de 1.000 pessoas, embora não haja registo de mortes. Peixinho explica que os ferimentos deveram-se à onda de choque, que partiu vidros enquanto as pessoas ‘espreitavam’ pelas janelas, e não à explosão do meteorito.
“E esse só tinha cerca de 15 metros”, constatou o astrofísico.