A Câmara de Braga não vai ceder gratuitamente o novo estádio ao SC Braga ou à sua Sociedade Anónima Desportiva (SAD). A garantia foi dada a o MINHO pelo seu presidente, Ricardo Rio. Uma posição acompanhada pela CDU, mas de que o PS local diverge, admitindo a doação ao clube, com a condição de não o poder vender.
Conforme tem sido noticiado, o Município pediu uma avaliação ao valor do estádio, que se ficou pelos 19 milhões de euros, pelo que Ricardo Rio pediu 20 milhões ao presidente da coletividade e da SAD, António Salvador.
Há dias, em entrevistas aos media desportivos, Salvador sugeriu que o Município deveria doar o estádio ao clube como sucedeu em Guimarães com a entrega do estádio ao Vitória Sport Clube. O dirigente desportivo, que não conseguimos contactar, disse, recentemente, em conversa informal com o O MINHO, que iria estudar uma solução, sublinhando que o clube não tem meios para comprar, pois, se o fizesse, entraria em falência.
O SC Braga diz ter feito um estudo sobre o investimento necessário para modernizar o estádio – com estruturas externas que chamem associados – tendo concluído que seriam necessários 20 a 30 milhões de euros. O que, a somar, aos 20 milhões a pagar à Câmara, elevaria o encargo até aos 40 a 50 milhões.
Contactado a propósito, Ricardo Rio disse que a dádiva da estrutura – que custou 180 milhões, se se incluir os acessos, as infraestruturas e os terrenos já doados ao clube – está fora de questão, mas admitiu a possibilidade de o valor vir a ser pago de forma faseada pelo clube.
“As condições finais terão de ser vertidas num concurso público e aprovadas pelo Tribunal de Contas”, salientou.
A verba conseguida com a venda – vincou – serviria para a requalificação do velhinho estádio 1.º de Maio, inaugurado em maio de 1956 pelo Estado Novo e atualmente muito degradado e cujo projeto aponta para um valor entre 15 e 20 milhões.
“Com esta operação, a cidade ficaria bem servida em termos de espaços desportivos e o SC Braga também, passando a ter um património valioso”, salientou.
PS admite doação, CDU quer que haja um estádio
Sobre o assunto, o vereador do PS/Braga, Artur Feio disse que os socialistas ainda não compreenderam bem qual é a necessidade de se vender o estádio”, ainda por cima por um preço inferior ao do seu custo: “não percebo porque se quer vender e acho que o Tribunal de Contas, vai dizer isso mesmo”, salientou.
No entanto, e no caso de a Câmara avançar para a alienação da ‘Pedreira’, Artur Feio entende que o poderá doar ao SC Braga, mas “com a condição contratual escrita de a coletividade não o poder vender, nem que seja à SAD”.
O MINHO interpelou, também, o representante da CDU – coligação entre o PCP e Os Verdes – na Câmara, Vítor Rodrigues, o qual defende que, o que mais interessa é que as coletividades desportivas bracarenses e as populações tenham um estádio que possam utilizar no dia-a-dia.
“Não nos opomos desde que a recuperação e adaptação do 1.º de Maio, seja feita”, sublinhou.
O vereador rejeita, no entanto, a possibilidade de doação total, lembrando que o clube e a SAD representam uma atividade económica que a Câmara sempre apoiou, como sucedeu com os terrenos onde nasceu a Cidade Desportiva e com o esqueleto da piscina olímpica inacabada, onde o SC Braga construiu o novo pavilhão para as modalidades amadoras.