Líder dos bombeiros do Alto Minho defende mais meios. “Isto não vai lá com pastorícia”

Germano Amorim. Foto: DR

Germano Amorim foi reconduzido na liderança da Federação Distrital dos Bombeiros de Viana do Castelo, anunciando a criação de um novo órgão consultivo que irá facilitar as operações em todo o Alto Minho.

Para o também presidente dos Bombeiros de Arcos de Valdevez, “a importância deste órgão será primordial na definição de algumas decisões necessárias à execução do Plano Estratégico 23/33, que é o documento orientador de ação para todo o distrito no que respeita à Proteção Civil”.

“É um documento estrutural que, apesar de mais lentamente do que julgávamos, será fundamental para aproximar stake holders nos processos decisórios, tendo em vista criar um território mais coeso, homogéneo, que abarque os princípio de solidariedade, equidade, equidade, igualdade, reforçando-se, em simultâneo, o papel humano e a execução de obra necessária no território do distrito”.

Germano Amorim salienta que os bombeiros do Alto Minho não têm abundância de recursos humanos e financeiros “que permitam o luxo de cada um olhar apenas para a sua realidade como se a do vizinho não interessasse”.

“Mesmo que tivéssemos essa capacidade, seria um absoluto desperdício e péssima gestão de recursos. O distrito funciona em rede e essa lógica tem de ser transversal a todas as necessidades dos corpos de bombeiros que o mesmo é dizer a todas as pessoas, animais e bens que necessitam da nossa intervenção”, defende.

“Pretendemos tornar o Alto Minho uma Região mais competitiva, atrativa, mais conectada e resiliente”, assegura.

Para Germano Amorim, “a visão idílica de que isto lá vai com pastorícia, boa vontade e voluntarismo, deve ser colocada de parte, por não se compadecer com a enorme exigência”, salienta, “que passa do socorro e emergência a pessoas, animais e bens, em qualquer tipo de contexto, seja florestal, urbano, industrial e outros, aliado às dificuldades técnicas no combate a novos tipos de incêndios associados à realidade elétrica, quer na locomoção automóvel, ou, em painéis fotovoltaicos”.

O dirigente aponta ainda à emergência pré-hospitalar, lembrando que “são os bombeiros que realizam cerca de 90% dos serviços, ao transporte de doentes não urgentes, lavagens de estrada, remoção de neve, abertura portas e um infindável ror de serviços”.

O responsável considera que “não se pensou atempadamente o território no seu ordenamento florestal, urbano e muito menos demográfico, o que trouxe consequências terríveis para o nosso território distrital, ou sub-regional, como agora se quer fazer impôr, aliás, diga-se ‘en passant”’que, até a reorganização administrativa do país parte de uma premissa errada que contraria a própria Constituição”.

Germano Amorim queixa-se que querem “acabar com os distritos e retalhar os que existem em sub-regiões muitas vezes sem qualquer identidade territorial, cultural e histórica e que funcionam apenas como meros recetáculos para questões estatísticas p’ara fins de finaciamento de projetos comunitários”.

Atualmente, no Alto Minho, existem 754 bombeiros, cerca de 430 funcionários das corporações.

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