Meio milhão encontrado num muro de pedra vai para o Estado

Foto: Ilustrativa

Os quase 500 mil euros que estavam escondidos nas pedras de um muro em Rio de Moinhos, em Penafiel, vão reverter para o Estado.

Segundo o Jornal de Notícias (JN), a decisão foi tomada, no início deste mês, pelo Tribunal da Relação do Porto (TRP), que considerou “irrealista” a explicação apresentada por um emigrante que se dizia dono da fortuna.

Como O MINHO noticiou, um homem de 46 anos, natural de Penafiel mas radicado há várias décadas na Suíça, alegou que os 436 mil euros encontrados nos quatro cofres escondidos são seus, e que os terá escondido por não confiar nos bancos nem na mulher.

Mas a tese não vingou e, em novembro do ano passado, o juiz de instrução criminal Rui Domingues arquivou o processo, mas recusou que o quase meio milhão de euros revertesse para o Estado, por entender que não tinha ficado provado que o dinheiro resultasse de um crime.

O Ministério Público recorreu e o Tribunal da Relação do Porto deu-lhe agora razão.

Segundo o acórdão, citado pelo JN, os juízes desembargadores classificam como “completamente irrealista” a história do emigrante, salientando que, vivendo na Suíça, ele não conseguia vigiar o dinheiro.

Acresce que não conseguiu dizer a cor dos cofres, nem apresentar as chaves que os abrissem.

Estranham também que o emigrante tenha reclamado a propriedade do dinheiro um mês e meio depois da descoberta dos cofres (foram encontrados em novembro de 2021).

Para justificar a entrega ao Estado, a Relação salientou ainda que dado o local e a forma como se encontrava guardado, o dinheiro só poderá ser proveniente de atividade ilícita.

Os juízes desembargadores acrescentam ainda que não é necessária uma condenação para que os montantes envolvidos num processo revertam a favor do Estado

 
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