A GNR, através do Posto de Busca e Resgate em Montanha do Parque Nacional da Peneda-Gerês, realizaram “diversas ações de reconhecimento e sinalização de novos poços existentes na periferia do Mosteiro de Tibães”, em Braga.
Esta foi uma iniciativa levada a cabo com conjunto com o Instituto Superior de Engenharia do Porto e o mosteiro.
“Esta ação visa conhecer ainda mais toda a envolvente ao Mosteiro, todo o património geológico e mineiro, bem como aumentar as condições de segurança na visitação deste espaço”, explicou a Unidade de Emergência de Proteção e Socorro da GNR, numa publicação no Facebook.
Exploração de volfrâmio
De acordo com o estudo “A Antiga Mina de Volfrâmio das Aveleiras (Mosteiro de Tibães, NW Portugal): Estudos Interdisciplinares para a Valorização do Património Geomineiro“, foram escavadas diversas minas na zona do mosteiro para a captação de água.
Quanto à extração de minério, as explorações naquela zona do concelho de Braga eram de “pequena dimensão, algumas delas mesmo furtivas ou ocasionais, que se ocupavam da pesquisa do minério ‘negro'”.
“No dealbar do século XX, o substrato rochoso do monte de S. Gens (atualmente, S. Filipe), em Mire de Tibães, é calcorreado por aventureiros e pesquisadores de volfrâmio e, em especial, nos finais dos anos 30, motivado pelas cotações excecionais deste minério no período da Segunda Grande Guerra Mundial”, lê-se no documento da Universidade do Porto.
Uma das minas que teve mais atividade foi a das Aveleiras, situada na freguesia de Mire de Tibães. Escavada no século XVII para o fornecimento de água ao Mosteiro de S. Martinho de Tibães, foi objeto de intensa exploração de volfrâmio em meados do XX, conforme explica o mesmo documento.
“A mina laborou desde 1940, mas só após a resolução de algumas reclamações relativas à sua delimitação, foi emitido o alvará de concessão provisória n.º 3278, a 27 de abril de 1944, pelo prazo de 3 anos. É emitido o alvará definitivo da concessão a 12 abril de 1948 com o nº 2314, por ser considerada uma mina com valor industrial, com um teor médio de 2,5 kg/m3. No período de 1940-1963, o jazigo de volframite desta mina, de pequenas dimensões, sofreu intensa exploração, especialmente no período da última grande guerra mundial. As cotações excecionais permitiram, assim, um grande volume de trabalhos que conduziu, praticamente, ao esgotamento do jazigo”, explicam os autores do artigo científico.
O estudo refere que “ainda hoje, ao calcorrearmos os trilhos envolventes da cerca do Mosteiro de Tibães, somos surpreendidos em vários sítios por antigos poços, minas e escombreiras que testemunham uma atividade intensa de pesquisa e de exploração de volfrâmio”.