O Município de Barcelos assinalou hoje os 70 anos do “Nobre Monumento ao Bombeiro Voluntário”, uma escultura em bronze representando um bombeiro com uma criança ao colo, assente numa base de pedra granítica, que está instalada no topo da área pedonal da Avenida da Liberdade.
A cerimónia de celebração deste aniversário contou com a presença do presidente da Câmara, Mário Constantino Lopes, e dos três comandantes das corporações de bombeiros do concelho: Barcelos, Barcelinhos e Viatodos.
Depois de feito o enquadramento histórico relativo ao processo de construção do monumento, foi acesa a chama em homenagem aos soldados da paz e colocada uma coroa de flores na base do monumento.
Em comunicado, a autarquia explica que a cerimónia de celebração dos 70 anos da estátua ao Bombeiro é uma homenagem aos seus autores e visa recordar todos aqueles que contribuíram com a sua vida associativa à nobre causa de ajudar e socorrer as populações e expressa a gratidão do Município aos Bombeiros, pelo exemplo de coragem, dedicação e espírito de serviço.
O Monumento ao Bombeiro Voluntário, em Barcelos, foi o primeiro a ser edificado no nosso país. Testemunha a gratidão e a homenagem que os barcelenses quiseram prestar aos soldados da paz, que todos os dias arriscam a vida e prestam um importante serviço à população.
Deve-se este importante monumento à vontade do ilustre barcelense e vice-presidente dos Bombeiros Voluntários de Barcelos, Manuel Augusto Vieira, que, tendo vivido nos inícios do século vinte em Buenos Aires, quis implantar na sua cidade um monumento ao bombeiro, idêntico ao existente em plena praça pública de S. Tiago do Chile. Com a aprovação de toda a direção dos Bombeiros Voluntários de Barcelos, em 1951, a proposta avança para projeção e análise de vários estudos.
Por subscrição pública, a obra foi entregue ao escultor portuense Henrique Moreira, e em 29 de abril de 1953, em reunião ordinária da Câmara de Barcelos, presidida por Francisco José Monteiro Torres, vice-presidente em exercício e pelos vereadores Eurípedes de Brito, Joaquim Reis, Luís José de Abreu Novais Machado e Augusto Faria Figueiredo, foi deliberado contribuir com uma comparticipação monetária de 15 mil escudos à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Barcelos, para erigir o Monumento.
Inaugurado em 21 de março de 1954, trouxe a Barcelos as mais altas autoridades do país e do distrito e, aproximadamente, cerca mil e duzentos bombeiros de várias corporações nacionais.
A 24 de março de 1954, a Câmara de Barcelos, presidida por Luís José de Magalhães de Abreu Novais Machado, e pelos vereadores Eurípedes de Brito, Luís Fernandes Pinheiro, Augusto Faria Figueiredo e José da Silva Peixoto, aprovou, por unanimidade, a proposta de voto de louvor a atribuir a Manuel Augusto Vieira, pela iniciativa que teve, bem como a toda a Comissão de Honra e Executiva, em dotar a cidade de Barcelos com aquele monumento glorificando o humanismo do bombeiro voluntário.
Foi constituída a Comissão de Honra pelos seguintes membros: António Bento Martins Júnior, Arcebispo Primaz de Braga, Armando Nery Teixeira, Governador Civil de Braga, Mário Miguel Gândara Norton, presidente da Câmara de Barcelos, Manuel Batista de Lima Torres, presidente da Direção dos Bombeiros Voluntários de Barcelos, Miguel Gomes de Miranda, presidente da Direção dos Bombeiros Voluntários de Barcelinhos, Delfim da Silva Fernandes Vinagre, João Duarte Veloso e Joaquim Correia de Azevedo.
Integraram a Comissão Executiva Manuel Augusto Vieira, Francisco Rodrigues Torres, Luís Novais Machado, Artur Pinto Coelho, Manuel Pereira da Quinta Júnior, António Veloso de Araújo, João da Cruz Miranda e António José de Sousa Costa.