O advogado Duarte C., que começou a ser julgado no Tribunal de Guimarães por, supostamente, ter burlado o treinador de futebol, Jorge Maciel, assumiu, perante o coletivo de juízes, ter errado no processo, no que foi considerado como uma confissão das irregularidades que terá praticado.
Fonte conhecedora do caso disse a O MINHO que o jurista reconheceu que houve irregularidades que terão prejudicado o treinador de futebol, Jorge Maciel – defendido pelo escritório de João Magalhães, de Braga – atualmente adjunto do Lille FC de França, bem como Baltemar Brito e José Moreira, seus ex-adjuntos.
O causídico está a ser julgado pela prática, em coautoria e concurso efetivo, de um crime de abuso de confiança agravado, um de burla qualificada, e quatro crimes de falsificação de documento agravado, e, três crimes de prevaricação de advogado.
O caso envolve, ainda, o empresário de futebol Rodolfo F. V., que foi pronunciado por, em coautoria e concurso efetivo, um crime de abuso de confiança agravado, e um de burla qualificada.
Este arguido negou em Tribunal ter praticado aqueles crimes.
Acusação
Conforme O MINHO noticiou, o Ministério Público do Tribunal de Famalicão concluiu que os dois terão burlado os ‘técnicos’ em 14 mil euros, de honorários e de traduções e, ainda, de 4 mil francos suíços, (3240 euros) que lhes pedira de taxa de justiça da FIFA, para a entrada de uma petição contra o clube líbio All Itthiad Sports Cultural Club, de Tripoli, Líbia.
Só que a queixa na FIFA nunca entrou, nem este organismo cobra taxas por ações semelhantes, as traduções não existiram e o advogado limitou-se a negociar com os líbios, à sua revelia.
Adjunto no All Itthiad
Em 2013, a equipa técnica – com Baltemar Brito como treinador principal – aceitou convite para treinar o All Itthiad, função que assumiram durante quatro meses, tendo sido despedidos sem causa.
No All Itthiad, Jorge Maciel “apoiava o técnico principal na comunicação com os atletas e nas listas de convocados e de reforços e servia de escudo face à comunicação social”.
Em 2014, já em Portugal, através do Rodolfo V., o trio contactou Duarte C. que lhes pediu aquelas verbas e disse ter metido uma ação na FIFA, tendo mesmo, em dezembro, informado que o clube já teria sido citado para contestar. Em outubro de 2014 remetera-lhe uma decisão favorável da FIFA, por e-mail, condenando o clube ao pagamento de 72 mil a Jorge Maciel, vindo, depois, a anunciar que fizera um acordo com os líbios por 65 mil euros. Que nunca chegaram. E a ‘decisão’ da FIFA era falsa.