Declarações dos treinadores do FC Porto e do SC Braga no final do encontro da 17.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, que se realizou no Porto:
– Artur Jorge (treinador do SC Braga): “Para além do que é o resultado, não correu bem o que conseguimos aqui fazer.
Não fomos capazes de impor o nosso jogo. Sofremos um golo demasiado cedo para tentar manter a equipa estabilizada. Consequência disso ou não tivemos alguma instabilidade para chegar mais próximo da área contrária e quando assim é fica tudo mais difícil.
A segunda parte não foi muito diferente disto.
Não me surpreendeu. Vimos o FC Porto jogar exatamente desta forma frente ao Estoril. Sabíamos que a probabilidade de o repetir seria muito grande uma vez que fizeram um bom jogo para a Taça. Não creio que tenha havido diferença naquilo que foi a nossa preparação e encaixe enquanto equipa para poder condicionar a forma de jogar do FC Porto. Mas a verdade é que tivemos algumas dificuldades, e a equipa esteve algo intranquila.
O estado anímico depois de uma derrota é sempre de desilusão. Temos de olhar para dentro para perceber o que fizemos e para perceber o que temos que fazer para que no futuro os resultados sejam diferentes.
O SC Braga é candidato para ganhar o próximo jogo com o Famalicão”.
– Sérgio Conceição (treinador do FC Porto): “Trabalhámos bem como equipa, fomos sólidos. Com o mesmo onze, mas com nuances ligeiramente diferentes. Sabemos da capacidade do Braga no seu processo ofensivo. Bloqueámos o jogo exterior. O jogo interior também é forte, com os médios e o Ricardo Horta. É uma equipa também que explora o espaço nas nossas costas e tivemos dois jogadores, como o Abel Rui e o Djaló, que podiam provocar essa situação.
Estivemos atentos, fomos humildes e rigorosos no processo defensivo. Depois dessa eficácia defensiva, sabemos que temos muita qualidade, nuances no jogo que o adversário por vezes não é fácil. Como o Evanilson a baixar, o Pepê a meter-se nas costas dos adversários, muita largura da parte dos nossos alas.
Neste momento os jogadores desfrutam em campo, isso sente-se. Mas com rigor e concentração no que se quer. Perceber o que fazemos estrategicamente para anular os pontos fortes do adversário e explorar fragilidades dos mesmos. Foi um bom jogo nesse sentido.
Trabalhamos em cima dos jogos que fazemos, porque jogo após jogo temos situação diferentes, positivas e negativas, momentos de forma dos jogadores. Olhamos para o treino e trabalho diário. Estamos aqui para encontrar soluções dentro da base, que é inegociável, o ritmo alto, agressividade, boa intensidade, disputar para ganhar os duelos. O jogo é feito de duelos ofensivos e defensivos e quem ganhar mais normalmente ganha. A equipa está bem e isto faz parte da evolução da equipa e dos jogadores.
Sabemos que ano após ano é difícil, porque vão saindo e entrando outros e é preciso trabalho, persistência, acreditar no que se faz e é isso que temos feito. Este ano não foge à regra.
Já tive tantos momentos, equipas e sistemas de forma diferentes. Reinventar faz parte. Os treinadores são pagos para isso. Se jogar com dois alas, como agora, que são alas que jogam num espaço onde temos de meter mais alguém por dentro. Isso cria dinâmica diferente. A forma como defendemos também é diferente. Ao longo destes anos vamos modificando, percebendo que a equipa necessita, o que estamos a cometer de erros dentro dos diferentes momentos do mesmo.
Não é momento de falar do mercado. Em relação ao plantel, é o que é. Começamos com 60, 30 da equipa B. O trabalho é o mesmo, achamos que para aquilo que é a evolução dos jogadores. São ativos e temos de perceber o percurso e o trajeto a fazer para terem minutos e continuarem a evoluir nas carreiras. Não me importava nada de ter aqui o Taremi e o Zaidu, mas não pode ser. Temos um plantel mais curto. É trabalhar com os que cá estão.”