Jogo do Pau de Cabeceiras de Basto é património cultural imaterial

Jogo do Pau de Bucos. Foto: CM Cabeceiras de Basto / Arquivo

A Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) aprovou a inscrição do “Jogo do Pau de Cabeceiras de Basto” no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial (INPCI), conforme despacho de 30 de novembro de 2023, assinado pela Subdiretora-geral do Património Cultural, Rita Jerónimo, a publicar em Diário da República, foi hoje anunciado.

Trata-se de uma manifestação de caráter performativo, na categoria “atividades lúdicas”, que se pratica nas freguesias de Abadim e Bucos. Os seus protagonistas agrupam-se em duas escolas representadas pela Associação Recreativa, Desportiva e Cultural de Abadim – ARDCA e pela Associação Desportiva e Cultural S. João Baptista de Bucos.

“As origens desta prática remontam ao mundo rural, onde o pau era usado por pastores e agricultores para conduzir o gado, mas também como arma de defesa e de ataque. Mais tarde ganhou expressão no espaço urbano, onde se afirmou como um jogo exigente a nível físico e intelectual. Preferencialmente feito em madeira de lódão, o pau é torneado manualmente, levando um tratamento próprio para não se partir”, explica a DGPC, em comunicado.

A transmissão de conhecimento sobre o Jogo do Pau tem ocorrido “de geração em geração entre membros unidos por laços familiares”, alguns deles “descendentes de mestres que continuam a ser uma referência para as comunidades de praticantes desta arte, geradora de um sentimento identitário na região”.

O pedido de inscrição foi apresentado à DGPC pela Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto, que desenvolveu “profundo estudo” sobre a manifestação.

Atendendo a que “a transmissão desta tradição construtiva não está devidamente salvaguardada, o que pode pôr em perigo a sua continuidade”, a decisão de inscrição no INPCI reconhece a importância desta manifestação do património cultural imaterial “enquanto reflexo da respetiva comunidade ou grupo”, bem como os “processos sociais e culturais nos quais teve origem e se desenvolveu na contemporaneidade”.

Revitalizada pelas escolas de Abadim e de Bucos, e com o empenho e dedicação dos seus mestres, a técnica minhota do Jogo do Pau tem vindo a apresentar-se em feiras, festas, romarias e outros eventos culturais, tanto em Portugal como no estrangeiro.

 
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