A reconstrução da Fortaleza de Valença, por um preço base de 1,6 milhões de euros foi colocada em concurso público até 26 de outubro, revelou hoje a autarquia.
Em comunicado enviado à Lusa, a Câmara de Valença explica que a empreitada “pretende recuperar o pano de muralha da Fortaleza de Valença, que colapsou com as fortes chuvas de 01 de janeiro”.
Citado na nota de imprensa, o presidente da autarquia, José Manuel Carpinteira, diz esperar começar “com a maior brevidade possível” os trabalhos de reconstrução do Pano de Muralha do Baluarte de São José da Fortaleza.
A empreitada terá um prazo de execução de 270 dias (cerca de nove meses).
“Ao longo dos últimos meses, as equipas técnicas especializadas estudaram, avaliaram e projetaram a melhor solução para recuperar a muralha e permitir que o processo avance”, descreve o município.
A obra tem “a aprovação da DRCN – Direção Regional da Cultura do Norte e mereceu parecer favorável da DGPC- Direção Geral do Património Cultural”, afirma a Câmara.
De acordo com a autarquia, “a intervenção proposta respeita o método construtivo e as características de construção originais, de finais do século XVII e inícios do século XVIII, de modo a assegurar que este pano de muralha mantenha a sua autenticidade”.
A Fortaleza de Valença é monumento nacional desde 14 de março de 1928 e encontra-se em processo de classificação como Património da Humanidade pela UNESCO.
Em 01 de janeiro, duas zonas da muralha sofreram derrocadas e outras partes daquela estrutura foram identificadas como estando em risco de derrocada, com diversas fissuras, na parte norte da fortaleza.
A fortaleza do século XVII, principal ex-líbris da cidade de Valença, é anualmente visitada por mais de dois milhões de pessoas.
O monumento nacional assume particular importância pela dimensão, com uma extensão de muralha de 5,5 quilómetros, e pela história, tendo sido ao longo dos seus cerca de 700 anos a terceira mais importante de Portugal.
Em janeiro, o Governo aprovou em Conselho de Ministros uma resolução que reconhece que as cheias e inundações provocadas pela precipitação intensa e persistente ocorrida em dezembro de 2022 nas regiões Norte, Lisboa, Alentejo e Algarve, bem como em janeiro deste ano no Alto Minho, constituem “situações excecionais”.
De acordo com o executivo, o mau tempo causou prejuízos de 293 milhões de euros e o volume dos apoios a conceder ascende a cerca de 185 milhões de euros.