O Governo brasileiro está atuante, atento e a “dar o suporte à comunidade brasileira em Portugal” vítima de intolerância e violência, principalmente às mulheres, disse a ministra das Mulheres do Brasil.
Em declarações à agência Lusa, na terça-feira, no Dia Nacional de Luta Contra a Violência à Mulher, Cida Gonçalves considerou que “a Europa tem atravessado um período de ascensão de grupos reacionários, movidos pela misoginia e pelo racismo”.
“Nós sabemos que sempre que há um levante de supremacistas, em qualquer lugar do mundo, as mulheres figuram entre os grupos sociais mais vulneráveis e é justamente contra elas que são deferidos os primeiros golpes de intolerância e violência”, acrescentou.
No caso concreto de Portugal, detalhou a ministra, o Governo brasileiro “tem atuado para dar o suporte à comunidade brasileira em Portugal”, a maior comunidade estrangeira no país e a que mais tem crescido nos últimos anos.
Este trabalho tem sido feito através de acordos de cooperação internacionais, entre os quais o trabalho conjunto de universidades brasileiras e portuguesas “por meio do Observatório de Combate ao Racismo e à Xenofobia, em Portugal”.
Durante a visita oficial do Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra da Igualdade Racial no Brasil, Anielle Franco, e a primeira-dama, Janja da Silva, reuniram-se “com mulheres brasileiras em Portugal e ouviram os relatos do aumento dos casos de xenofobia”, lembrou Cida Gonçalves.
“O nosso compromisso é com todas as brasileiras, estejam elas no território nacional ou em outros países”, frisou.
Estas declarações surgem uma semana depois de uma reportagem do portal brasileiro UOL ter denunciado o aumento de casos de xenofobia contra brasileiros em Portugal, com vários testemunhos de residentes no país.
De acordo com dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), cerca de 400 mil cidadãos brasileiros residem em Portugal, e representam cerca de 40% da população estrangeira, com maior incidência nos concelhos de Lisboa, Cascais, Sintra, Porto e Braga.
No final de 2022, viviam no país 239.744 brasileiros, o que representa, só este ano, um aumento de cerca de 36% desta comunidade. Perto de 153 mil adquiriram autorização de residência desde janeiro.