Portugal pode sexta-feira, perante a Eslováquia, confirmar o apuramento mais ‘tranquilo’ da sua história para um Europeu de futebol, com participação numa fase de qualificação, depois de décadas habituado a ter de usar a ‘calculadora’.
Um triunfo sobre a Eslováquia, no Estádio do Dragão, no Porto, deixa a seleção portuguesa apurada para o Euro2024, que vai decorrer na Alemanha, após a sétima jornada e ainda com três jogos por disputar no Grupo J, cenário inédito na história lusa.
Mais ‘tranquilo’ só mesmo o acesso ao Euro2004, mas, nessa situação, Portugal ficou automaticamente qualificado por causa do estatuto de anfitrião e não teve de disputar qualquer jogo oficial para garantir a presença.
Com oito apuramentos na sua história para Europeus, a equipa das ‘quinas’ quase sempre precisou da última jornada para garantir a qualificação e, para estar no Euro2012, teve mesmo de disputar um ‘play-off’ com a Bósnia-Herzegovina, sob o comando de Paulo Bento, que rendeu Carlos Queiroz pelo meio.
Até hoje, a melhor caminhada lusa aconteceu para o Europeu de 2016, em que Portugal acabaria por se sagrar mais tarde campeão em França, com os festejos a acontecerem na penúltima jornada do Grupo I, em Braga, no triunfo por 1-0 sobre a Dinamarca. João Moutinho fez o único tento da partida.
Essa fase de apuramento até começou mal para Portugal, com uma das mais humilhantes derrotas da sua historia, com a Albânia (1-0), em Aveiro, mas Fernando Santos acabou por render Paulo Bento e somou sete vitórias seguidas até final do agrupamento.
A primeira presença da seleção nacional na fase final da competição aconteceu no Euro1984, que também decorreu em solo francês, e até de forma ‘heroica’, com triunfos por 1-0 na Polónia e pelo mesmo resultado sobre a União Soviética, grande rival, no fecho do Grupo 2.
No antigo Estádio da Luz, em Lisboa, Jordão marcou de grande penalidade perante o lendário guarda-redes Rinat Dasaev e garantiu a conquista do grupo para a equipa de Fernando Cabrita por apenas um ponto.
Novo europeu para as cores lusas só em 1996, em Inglaterra, e novamente com a qualificação a ser decidida no ‘velhinho’ Estádio da Luz, outra vez na última jornada, com mais de 70 mil pessoas nas bancadas, numa noite de temporal em Lisboa.
Rui Costa, num lance de génio, Hélder Cristovão e Cadete fizeram os golos do triunfo por 3-0 sobre a Irlanda, que deu o primeiro lugar do Grupo 6 à formação de António Oliveira.
A história do apuramento para o Euro2000 também meteu algum ‘sofrimento’ e novamente só apareceu na última ronda, na Luz, outra vez com um triunfo por 3-0, mas sobre a Hungria.
O segundo lugar do Grupo 7, atrás da Roménia, foi suficiente para Portugal chegar, como ‘rei dos segundos’, ao Europeu, com Rui Costa, outra vez, João Vieira Pinto e Abel Xavier a fazerem os golos perante os magiares.
O segundo posto do seu grupo, nesta caso o A, atrás da Polónia, mas à frente de Sérvia e Finlândia, voltaria a ser suficiente para a seleção nacional estar no Euro2008, embora de forma menos ‘espetacular’, já que aconteceu num ‘nulo’ com os finlandeses no Dragão, sob o comando de Scolari.
Igual cenário voltou a acontecer no caminho do Euro2012, com Portugal a ficar pelo segundo posto no Grupo H, com a Dinamarca a conquistar o agrupamento, mas neste caso foi mesmo preciso um ‘play-off’, com a Bósnia a aparecer pelo caminho.
Após um 0-0 em Zenica, a equipa de Paulo Bento goleou o rival balcânico por 6-2, com Cristiano Ronaldo e Hélder Postiga a assinar ambos um ‘bis’ já no novo Estádio da Luz, confirmando o apuramento.
A história repetiu-se e Portugal chegou à fase final do Euro2020 com o segundo lugar do seu grupo, atrás da Ucrânia, e, outra vez, com tudo a ficar decidido na última jornada.
Na despedida do Grupo B, a equipa de Fernando Santos foi ao Luxemburgo vencer por 2-0, com golos de Bruno Fernandes e Cristiano Ronaldo, e continuou a defesa do título europeu conquistado em 2016.