ARTIGO DE OPINIÃO
Joaquim Barbosa
Jurista e Gestor.
Em plena silly season iniciar a colaboração com este prestigiado jornal on line com textos de opinião política – e não de análise política, realça-se – poderia ser algo que exigiria maior esforço, mas nem é o caso.
Não é o caso porque, no entanto, ocorreram em pleno verão, alguns acontecimentos públicos ou políticos, que fizeram com que este ano a tarefa estivesse mais facilitada nessa estação política que ainda não acabou.
Uma das grandes excepções foram as Jornadas Mundiais da Juventude que, pela sua intensidade, juventude, alegria e mensagem inclusiva do Papa a anunciar o Evangelho, marcaram, logo no inicio, esta estação política.
Marcelo Rebelo de Sousa, com o seu apuradíssimo sentido político, lá deu uma ajudinha e conseguiu preencher, sempre em seu proveito próprio como o costume, este normal vazio noticioso.
Ora era vê-lo agora em praias mais populares, trocando as praias mais elitistas que frequentava em anos anteriores, sempre de chapéu, protetor solar, toalha na mão, selfies e bolas de Berlim e desdobrando-se em temas tão interessantes como o andar do caracol, a canícula dos últimos dias ou então a questão da necessidade dos pneus serem redondos e não quadrados.
Ora era vê-lo de fato impecável percorrer – com ajuda de alguém para limpar o pó e um chazinho no final – as trincheiras onde se abrigam os valentes soldados e população ucraniana, ora era vê-lo a discursar em língua ucraniana, sem esquecer os ucranianos que vivem em Portugal, expressando um fortíssimo apoio de Portugal à legítima defesa ucraniana como afirmou.
Ora era vê-lo a vetar politicamente o pacote de Mais ( menos ) Habitação em Portugal, vincando a falta do PS por não ter querido consenso para uma reforma tão importante como esta.
O país deveria ter debatido mais a proposta importante, apresentada pelo PSD, sobre a reforma fiscal que, também mais uma vez, teve a oposição do Partido que, com maioria absoluta, nos governa.
Aqui pelo burgo bracarense, sempre temos as obras da Avenida da Liberdade e do respetivo Túnel para animar as hostes e que representam uma verdadeira prova de fogo para a Vereadora Olga Pereira. No entanto o “prémio de ouro” tenha sido assistir ao episódio divertido dos dirigentes da Junta de Freguesia de fugirem com o rabo à seringa sobre a sua posição de nunca se terem oposto – até à contestação pelos moradores – da construção do Complexo Desportivo na rua Luis Soares Barbosa, terreno esse que, a meu ver, teria ficado melhor se tivesse ficado como está, mesmo sem grande utilização pelas pessoas, dada a sua importância ambiental, nem que seja apenas do ponto de vista visual .
De qualquer maneira, demolidor para a Junta de Freguesia foi o comunicado da Vice Presidente Sameiro Araújo, quando denunciou claramente a responsabilidade daquela, uma vez que, além de nunca se terem oposto à obra em reuniões com o município, até propuseram que crianças de S Vitor utilizassem futuramente esse complexo.
Esperemos portanto, já longe desta estação, que os próximos textos de opinião política, de periodicidade quinzenal e aos sábados, suscitem cada vez mais a vontade da sua leitura, ficando depois na vontade e na mente de cada um da sua respetiva concordância ou discordância.