O chefe de Estado português defendeu hoje um reforço das relações bilaterais com Cuba, que descreveu como “muito constantes”, independentemente dos regimes em Portugal, e reiterou a oposição ao bloqueio imposto pelos Estados Unidos da América.
Marcelo Rebelo de Sousa falava perante a comunicação social, no Palácio de Belém, em Lisboa, tendo ao seu lado o Presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, que hoje recebeu, no início da sua visita de Estado a Portugal.
“A nós interessa-nos sobretudo o futuro. E o futuro significa reforçar a amizade, reforçar a cooperação, reforçar a cooperação cultural, a cooperação económica, a cooperação social, a cooperação política e a cooperação diplomática”, afirmou.
Na sua intervenção, o Presidente português apoiou “a colaboração com os médicos cubanos em Portugal, no presente como no passado”, referindo que já aconteceu anteriormente “com governos de esquerda e de direita”.
“Somos dos primeiros países europeus a reconhecerem a independência de Cuba e a manter relações constantes com Cuba, independentemente dos regimes em Portugal, monárquicos, republicanos, autocráticos, democráticos, dos regimes económicos e sociais. Nós, portugueses, somos muito constantes nas nossas amizades”, declarou.
O chefe de Estado português acrescentou que “é isso que explica a oposição ao bloqueio a Cuba por parte de governos de direita e de esquerda com diferentes presidentes e diferentes primeiros-ministros” em Portugal e a “colaboração internacional quanto à América Latina” entre os dois países.
Marcelo Rebelo de Sousa assinalou que esta “é a primeira visita de Estado de um Presidente cubano a Portugal – sendo certo que o comandante Fidel Castro tinha estado aqui em 1998 numa cimeira ibero-americana no Porto”, e vem na sequência da sua visita de Estado, igualmente inédita, a Cuba, em 2016, quando o Presidente cubano era Raúl Castro.
“Não esqueço o encontro com o comandante Fidel Castro, que foi dos últimos que ele teve antes do seu falecimento”, referiu o chefe de Estado português.
Marcelo Rebelo de Sousa e Miguel Díaz-Canel fizeram declarações perante a comunicação social, após as quais não houve direito a perguntas por parte dos jornalistas.