A XIII Convenção Nacional do BE, que vai escolher a nova liderança do partido, termina hoje com a eleição dos órgãos e a votação das duas moções em confronto, sendo expectável que a de Mariana Mortágua saia vencedora.
Esta reunião magna marca o fim da era de Catarina Martins à frente dos destinos do BE e sábado ficou marcado pelo último discurso da ainda coordenadora, a primeira intervenção de Mariana Mortágua, as críticas à maioria absoluta do PS, as diferenças de posições entre as duas moções em relação à guerra na Ucrânia e o apontar dos críticos internos à falta de democracia do partido.
As urnas para a votação na Mesa Nacional (que tem 80 lugares em disputa) e Comissão de Direitos só fecham às 11:00, mas a vitória de Mariana Mortágua é quase certa uma vez que a sua moção conseguiu eleger 81% dos delegados à convenção, que são quem vota quer nos órgãos nacionais quer nas moções.
A reunião magna deverá terminar, por isso, com a intervenção de Mariana Mortágua, uma sessão de encerramento que contará com a presença, pelo Governo, do secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, António Mendonça Mendes, e de delegações do PS, através do secretário-geral adjunto, João Torres e da presidente da concelhia de Lisboa do PS, Marta Temido, bem como dirigentes do PCP, do Livre, do PAN e do PEV.
Este ano, ao contrário de convenções anteriores em que eram mais os textos de orientação política em discussão, são apenas duas as moções que se apresentam.
A moção A, de Mariana Mortágua, apresentou uma lista à Mesa Nacional de continuidade e com poucas alterações em relação à última convenção, onde se manterá Catarina Martins, Pedro Filipe Soares, Marisa Matias ou Luís Fazenda e regressará o ex-deputado Luís Monteiro.
Já pela moção E, crítica da qual direção, o número um é o ex-deputado Pedro Soares, estando o histórico da UDP Mário Tomé em 18.º lugar, seguido do professor catedrático Rui Cortes.
No seu discurso de apresentação da moção, Mariana Mortágua defendeu que “levar o país a sério” – que é precisamente o mote desta convenção – é dizer aos portugueses que não estão condenados “ao vexame” que “a maioria absoluta impõe”, considerando que “o pântano supera-se com democracia”.
A candidata à liderança estabeleceu como dever da esquerda “recuperar forças, unir as vontades sociais que não desistem de lutar por uma vida boa”, assim como “ser unitária e combativa, falar claro e mobilizar o povo”.
Por seu turno, o opositor da atual direção, Pedro Soares, considerou que a ‘geringonça’ “continua a marcar a linha política” do partido e criticou os deputados bloquistas por integrarem a comitiva que visitou a Ucrânia, uma condenação repetida, mais à frente, por Mário Tomé.
Catarina Martins fez seu último discurso como líder, que terminou com uma longa ovação de pé, mas quis deixar claro que não será uma despedida já que continuará quer na Mesa Nacional quer na Comissão Política.
A ainda coordenadora foi muita dura com o PS de António Costa, que apelidou de “padrasto de todo o populismo” e considerou que os problemas estruturais do país foram agravados porque os socialistas acharam que, com a maioria absoluta, tinha chegado o seu “momento cavaquista”.
Assumindo que “a derrota eleitoral do ano passado deixou feridas”, Catarina Martins repetiu a mensagem de que não há arrependimentos da coerência, deixando um sinal sobre as gerações do partido, que “não se atropelam”, mas “reforçam-se” e recordou o legado dos fundadores do partido e de João Semedo.
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A XIII Convenção Nacional do BE, que vai escolher a nova liderança do partido, termina hoje com a eleição dos órgãos e a votação das duas moções em confronto, sendo expectável que a de Mariana Mortágua saia vencedora.
Lisboa, 28 mai 2023 (Lusa) – A XIII Convenção Nacional do BE, que vai escolher a nova liderança do partido, termina hoje com a eleição dos órgãos e a votação das duas moções em confronto, sendo expectável que a de Mariana Mortágua saia vencedora.
Esta reunião magna marca o fim da era de Catarina Martins à frente dos destinos do BE e sábado ficou marcado pelo último discurso da ainda coordenadora, a primeira intervenção de Mariana Mortágua, as críticas à maioria absoluta do PS, as diferenças de posições entre as duas moções em relação à guerra na Ucrânia e o apontar dos críticos internos à falta de democracia do partido.
As urnas para a votação na Mesa Nacional (que tem 80 lugares em disputa) e Comissão de Direitos só fecham às 11:00, mas a vitória de Mariana Mortágua é quase certa uma vez que a sua moção conseguiu eleger 81% dos delegados à convenção, que são quem vota quer nos órgãos nacionais quer nas moções.
A reunião magna deverá terminar, por isso, com a intervenção de Mariana Mortágua, uma sessão de encerramento que contará com a presença, pelo Governo, do secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, António Mendonça Mendes, e de delegações do PS, através do secretário-geral adjunto, João Torres e da presidente da concelhia de Lisboa do PS, Marta Temido, bem como dirigentes do PCP, do Livre, do PAN e do PEV.
Este ano, ao contrário de convenções anteriores em que eram mais os textos de orientação política em discussão, são apenas duas as moções que se apresentam.
A moção A, de Mariana Mortágua, apresentou uma lista à Mesa Nacional de continuidade e com poucas alterações em relação à última convenção, onde se manterá Catarina Martins, Pedro Filipe Soares, Marisa Matias ou Luís Fazenda e regressará o ex-deputado Luís Monteiro.
Já pela moção E, crítica da qual direção, o número um é o ex-deputado Pedro Soares, estando o histórico da UDP Mário Tomé em 18.º lugar, seguido do professor catedrático Rui Cortes.
No seu discurso de apresentação da moção, Mariana Mortágua defendeu que “levar o país a sério” – que é precisamente o mote desta convenção – é dizer aos portugueses que não estão condenados “ao vexame” que “a maioria absoluta impõe”, considerando que “o pântano supera-se com democracia”.
A candidata à liderança estabeleceu como dever da esquerda “recuperar forças, unir as vontades sociais que não desistem de lutar por uma vida boa”, assim como “ser unitária e combativa, falar claro e mobilizar o povo”.
Por seu turno, o opositor da atual direção, Pedro Soares, considerou que a ‘geringonça’ “continua a marcar a linha política” do partido e criticou os deputados bloquistas por integrarem a comitiva que visitou a Ucrânia, uma condenação repetida, mais à frente, por Mário Tomé.
Catarina Martins fez seu último discurso como líder, que terminou com uma longa ovação de pé, mas quis deixar claro que não será uma despedida já que continuará quer na Mesa Nacional quer na Comissão Política.
A ainda coordenadora foi muita dura com o PS de António Costa, que apelidou de “padrasto de todo o populismo” e considerou que os problemas estruturais do país foram agravados porque os socialistas acharam que, com a maioria absoluta, tinha chegado o seu “momento cavaquista”.
Assumindo que “a derrota eleitoral do ano passado deixou feridas”, Catarina Martins repetiu a mensagem de que não há arrependimentos da coerência, deixando um sinal sobre as gerações do partido, que “não se atropelam”, mas “reforçam-se” e recordou o legado dos fundadores do partido e de João Semedo.