PS denuncia “falhas gravíssimas” de segurança no mercado de Braga

Câmara refuta
Foto: Paulo Jorge Magalhães / O MINHO

Os vereadores socialistas na Câmara de Braga afirmaram hoje que o Mercado Municipal da cidade tem “falhas gravíssimas” ao nível da segurança contra incêndios, mas a maioria assegura que o edifício dispõe das “medidas de autoproteção previstas na lei”.

Em conferência de imprensa junto ao mercado, os vereadores do PS apontaram, desde logo, que as saídas de emergência “têm pilares à sua frente, que impossibilitam a saída das pessoas”.

“São falhas gravíssimas, pode acontecer aqui uma tragédia, é um crime o que existe aqui”, referiu o vereador Artur Feio.

Contactada pela Lusa, a vereadora com os pelouros das Obras Municipais e da Gestão e Conservação dos Equipamentos Municipais, Olga Pereira, disse que o mercado tem seis saídas de emergência e que “a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil “não encontrou qualquer problema ou obstáculo”.

Na conferência de imprensa, Artur Feio disse ainda que “não há uma única boca-de-incêndio” na envolvência do mercado, mas Olga Pereira contrapôs que há duas.

O Mercado Municipal de Braga reabriu em dezembro de 2020, após dois anos de obras de requalificação e reabilitação, orçadas em seis milhões de euros.

Artur Feio disse duvidar da existência do parecer positivo da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, mas a vereadora do pelouro garantiu que a obra tem “esse e todos os outros pareceres exigidos por lei”.

Além da questão da segurança, os vereadores do PS apontaram ainda o “calor insuportável” que se faz sentir no interior, no verão, “fruto de uma reabilitação mal feita”.

“Aquilo é uma autêntica estufa e os aparelhos portáteis de ar condicionado lá instalados não resolvem o problema. A solução tem de passar por uma intervenção na cobertura”, disse Artur Feio.

Na reação, Olga Pereira disse que “o mercado é quente no verão porque a cidade é quente no verão” e negou a existência de aparelhos portáteis de ar condicionado.

“Os mercados não são grandes superfícies comerciais, não podem ser refrigerados porque isso aceleraria a decomposição dos produtos. O nosso mercado dispõe de uma ventilação natural, sempre foi assim. E lembro que o que a Câmara fez foi uma reabilitação, não uma obra de raiz”, referiu.

Segundo Olga Pereira, o que há no mercado são aparelhos que “humedecem o ar”, para que o efeito do calor não se faça sentir “de forma tão forte”.

Os socialistas denunciaram ainda a “completa degradação” da estrutura da fachada do mercado, toda em materiais derivados da madeira.

“Ao fim de dois anos, já é necessária manutenção”, criticou.

Olga Pereira disse que a manutenção está prevista realizar-se de dois em dois anos.

“É natural e é o que vai ser feito”, rematou.

 
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