O líder parlamentar do PSD afirmou hoje que em Portugal o empobrecimento se junta à “forte degradação da vida política e da qualidade das instituições”, gerando um aumento dos populismos, “quer de extrema-direita, quer de extrema-esquerda”.
Na intervenção do PSD na sessão solene na Assembleia da República no 49.º aniversário do 25 de Abril, Joaquim Miranda Sarmento afirmou que “há 25 anos que não há um desígnio nacional” e apontou, sem desenvolver, o tema da TAP como um exemplo de “descrédito das instituições”.
“A quebra da qualidade dos políticos, a descredibilização da política, a perda da autoridade e do prestígio das instituições e do Estado, bem como os fenómenos da corrupção, do compadrio e do nepotismo minam a confiança dos cidadãos na democracia”, considerou, acrescentando a estes problemas “o descrédito da Justiça, com a morosidade e a impunidade em casos de corrupção que atingem poderosos”.
O líder parlamentar do PSD saudou muitas mudanças no país nos últimos 49 anos, mas considerou que os portugueses se perguntam hoje “o que é feito desse país”.
“O que é feito do país, que em 74/75, colocou a sua esperança e ambição na criação de uma democracia como os países da Europa Ocidental? O que é feito do país, que a partir de 76, colocou a sua esperança e ambição na entrada na Europa, então CEE? O que é feito do país, que nos anos 90, colocou a sua esperança e ambição em convergir para os mais ricos da Europa e em estar no pelotão da frente da moeda única?”, questionou, concluindo pela ausência do tal desígnio nacional.
Miranda Sarmento recordou o fundador do PSD Francisco Sá Carneiro para defender que “estes 25 anos de empobrecimento não são uma fatalidade”.
“São uma consequência das políticas erradas de um Partido Socialista que governou 21 dos últimos 28 anos, e com o PSD a governar sempre em emergência financeira”, apontou
Para o líder parlamentar o PSD, juntam-se atualmente no país o empobrecimento, “a degradação dos serviços públicos e das nstituições” e “a falta de rumo e de desígnio para o país”, que têm uma consequência.
“Levam a um desacreditar no sistema político e dão campo e margem para o crescimento dos populismos e extremismos, quer de extrema-direita, quer de extrema-esquerda”, avisou.
Em alternativa, Miranda Sarmento defende que “as forças democráticas e moderadas, lideradas pelo PSD, têm uma missão fundamental quando se aproximam os 50 anos do Regime Democrático”.
“Primeiro, recuperar a confiança nas instituições, regenerando o sistema político (…) E para isso também é preciso que a política seja feita com verdade! Segundo, tornar como desígnio nacional o crescimento económico e sustentável, a criação de riqueza e capital social, que permitam pagar melhores salários e pensões, ter mais recursos para melhores serviços públicos e criar as condições para que as futuras gerações tenham a liberdade para definirem o seu futuro”, afirmou.
Luís Montenegro assistiu pela primeira vez à sessão solene do 25 de Abril na qualidade de líder do PSD e, ao contrário do que aconteceu na sessão de boas vindas ao Presidente do Brasil, Lula da Silva, o líder do PSD empunhava um cravo na mão, à semelhança do que fez hoje (e noutras sessões) o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.