O Governo está a leiloar 122 artigos imobiliários (menos sete do que em março) e 30 viaturas (menos 14 do que em março) nos distritos de Braga e de Viana do Castelo através da plataforma e-leilões, que se dedica à venda online dos bens executados pelos tribunais resultantes de dívidas ou processos de insolvência, bem como de artigos móveis ou imóveis apreendidos, recuperados ou declarados perdidos em processos-crime.
O número de imóveis registou uma descida acentuada no distrito de Braga mas cresceu em Viana do Castelo. No que diz respeito aos veículos em leilão, os números descem em todo o Minho.
A plataforma foi idealizada e lançada em maio de 2016 através de despacho da então ministra da Justiça Francisca Van Dunem, ficando a sua gestão e operacionalidade a cargo da Ordem dos Solicitadores, ou seja, apenas executores negoceiam com os interessados, no caso dos particulares, em nome dos proprietários dos bens executados e agora a leilão.
O MINHO consultou a plataforma na tarde desta terça-feira, a propósito da atualização mensal dos leilões, e verificou que só no distrito de Braga estão a leilão 79 imóveis (menos 13 do que em março), a saber: 14 apartamentos, 23 moradias, 10 lojas, três quintas e quatro garagens, entre outros.
Das moradias para habitação, uma luxuosa casa em Calendário, Famalicão, mantém-se como o imóvel com o valor base mais elevado, 1,7 milhões de euros, acima do valor mínimo de venda inserido na plataforma pelo agente de execução – 1,44 milhões. É necessário ficar atento à data de encerramento dos leilões. Neste caso, iniciou a 22 de março e termina a 26 de abril, e é a segunda tentativa consecutiva de leilão do imóvel.
Destaque para um apartamento t4, num terceiro andar centro trás, com um lugar para recolha de uma viatura, designada pelo número 30, com área de 164,00 m2, do prédio urbano sito na Rua Feliciano Ramos, n.º 37, Braga (São Vicente). O preço base de venda é de 102 mil euros, mas o lance atual situa-se nos 54 mil euros. Este leilão termina às 10:00 horas do dia 23 de maio.
Em entrevista à CNN Portugal, Duarte Pinto, representante dos agentes de execução, explicou que o leilão eletrónico veio travar a forma antiga de se leiloar o que era do Estado, quase sempre restrito a um grupo de interessados, através de carta fechada, e num gabinete de juizes. O presidente do Conselho Profissional do Colégio dos Agentes de Execução, dá conta de preços “mais favoráveis” às famílias que estejam a pensar comprar casa, mas adianta que a mais parte dos ‘lances’ é feita por “investidores”.
Residencial à venda em Paredes de Coura
No Alto Minho, o destaque deste mês vai para uma residencial em Resende, Paredes de Coura, com valor base de 352 mil euros. O prédio urbano é composto por habitação com duas divisões no rés-do-chão e cinco no primeiro andar e residencial, com nove divisões no rés-do-chão, oito no primeiro andar e três no segundo – com logradouro – com área total de 2.760 m2. No negócio está ainda incluído o denominado Campo da Laranjeira, composto por terreno de cultura, com área total de 1.200 m2, contíguo com o urbano. O lance atual vai em 176 mil euros e o leilão termina em 23 de maio, às 10:00
Esta terça-feira existiam 1.395 leilões de imóveis de todo o país ativos na plataforma. O mais caro é um convento em Alpendorada e cujo valor base situa-se nos 15 milhões de euros, mas até agora a parada mais alta está em 7,5 milhões.
Jaguar volta aos leilões
Mas a plataforma também disponibiliza outro tipo de artigos, com é o caso das viaturas. No distrito de Braga, estão em leilão 26 veículos (menos dez do que em março) que vão desde o – já presença habitual e ainda não licitado – mais barato Audi modelo 80, a gasóleo, do ano de 1993, em “estado de sucata”, pelo valor base de 100 euros (mínimo 85 euros, abertura em 50 euros.
Mas o grande destaque é um regresso já visto em janeiro, de alta cilindrada, que não foi licitado. O Jaguar NNA(XJ) com valor base de 45 mil euros e cujo valor de abertura se encontra nos 22,5 mil, está em leilão até ao último dia do mês e pertencia a uma empresa têxtil de Vizela, cujo proprietário viu os seus bens executados. O carro tem 268.051 quilómetros e “segundo o executado um dos dois turbos está danificado e tem o vidro traseiro estalado”, mas, de forma global, encontra-se “em bom estado”.
No Alto Minho, por sua vez, vão a leilão quatro veículos, e nenhum deles ultrapassa o valor base de 7.600 euros.
A plataforma disponibiliza ainda a venda de equipamentos, máquinas, mobiliário e direitos sobre propriedades.