Estudantes do IPCA preocupados com escalada do preço dos bilhetes de autocarro

Dizem que é um “rastilho para o abandono” académico
Autocarro da Ave Mobilidade. Foto: Ivo Borges / O MINHO

A Associação Académica do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA) emitiu hoje um comunicado a expressar o seu “descontentamento e preocupação” para com as alterações da tabela de preços dos bilhetes a bordo, que entraram em vigor no mês de março nos transportes assegurados pela Cávado Mobilidade e Ave Mobilidade, que atualmente servem aquela comunidade académica.

Mostram-se desagradados com o fim dos bilhetes ida e volta, que se repercutiu “no aumento muito significativo dos preços dos bilhetes simples”. Lamentam ainda a incompatibilidade de horários nas ligações e a necessidade de aquisição de dois passes para muitos estudantes que se deslocam entre Barcelos e Guimarães.

“Nos meses de janeiro e fevereiro era praticado um preço promocional no valor de 2 euros pela aquisição de bilhete entre Barcelos e Braga, mas em março o mesmo passou a ter um custo de 3,50 euros. Ou seja, estudantes que façam viagens entre Barcelos e Braga, que frequentem o IPCA duas a três vezes por semana, bem como os que se encontram em estágio ou frequentam cursos de mestrado e pós-graduação gastam 7 euros por dia em viagens de autocarro para chegar ao seu estabelecimento de ensino”, lamenta a associação estudantil liderada por Mariana Lima.

O mesmo acontece nos percursos entre Braga e Guimarães, cujos bilhetes passaram de 2,20 euros (ida e volta) para 3,90 euros num só sentido.

“Numa altura em que as famílias se deparam com problemas económico-financeiros, apresentar-lhes consecutivos aumentos nos custos de transporte e retirar-lhes a possibilidade de comprarem bilhetes de ida e volta é um flagelo”, refere lê-se no comunicado.

E acrescentam: “Aconselhar os estudantes a comprar o passe mensal, afirmando que ficará mais em conta para as suas despesas, ao invés da compra dos bilhetes simples, não é a solução. Uma vez que o passe, para os estudantes que não frequentam diariamente o IPCA, tem um custo superior ao que antigamente suportavam através da compra de bilhetes ida e volta, antes da entrada em vigor das novas tarifas”.

Lembram ainda os estudantes que viajam diariamente entre Barcelos e Guimarães, cujas cidades não estão ligadas por qualquer ligação direta e obriga a um transbordo em Braga, bem como à compra de dois passes – um para a Cávado Mobilidade (41,90 euros) e outro para a Ave Mobilidade (37 euros, trajeto pela estrada nacional). Os estudantes lamentam ainda que não exista compatibilidade de horários entre ligações.

“Muitos são os estudantes que nos têm feito chegar os seus testemunhos, caracterizando estes aumentos dos transportes como incompreensíveis e insustentáveis para as suas famílias”, refere a Associação Académica do IPCA.

Exigem a “redução da tabela de preços dos bilhetes, à semelhança do que aconteceu com os passes sociais, em virtude da entrada em vigor da redução tarifária”. E ainda apelam para que seja “equacionada a reposição da compra do bilhete ida e volta.”

Pedem aos municípios abrangidos para que solucionem este problema que prejudica “deliberadamente os estudantes” e que poderá constituir um “sério entrave à frequência e ser rastilho para o abandono”

“Quantos terão de ficar de fora e desistir da sua formação por situações como esta?”, questionam.

 
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