Durante o seu discurso anual aos deputados e funcionários do Governo da Bielorrússia, o presidente Alexander Lukashenko pediu esta sexta-feira um cessar-fogo na Ucrânia, e que as negociações de paz no país se iniciem.
Lukashenko destacou que uma solução pacífica ainda é possível, mas também lembrou que é perigoso a Rússia sentir-se ameaçada, e por isso é necessário travar a situação agora, antes de um agravamento da violência.
“É impossível derrotar uma potência nuclear. Se a liderança russa entender que a situação ameaça provocar a desintegração da Rússia, esta poderá usar a arma mais terrível. E isso não pode ser permitido”, afirmou.
A Rússia já reagiu às declarações de Lukashenko, e reconheceu a proposta do líder bielorrusso. O Kremlin declarou que os dois presidentes poderão conversar e discutir a situação na próxima semana, mas lembrou que nada mudou na Ucrânia.
A Ucrânia, por sua vez, já rejeitou uma vez que a Bielorrússia medie a paz, uma vez que diz que o país libera a utilização do seu espaço para ataques russos com drones e mísseis.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.