Faz hoje 875 anos que D. Afonso Henriques reconquistou Óbidos aos “mouros”

Reconquista

Hoje é quarta-feira, 11 de janeiro, décimo primeiro dia do ano e Dia Internacional do Obrigado. Nesta data, em 1148, D. Afonso Henriques, símbolo de Guimarães e primeiro Rei de Portugal, agradecia aos nobres muçulmanos por desertarem de Óbidos, permitindo a conquista do castelo sob governação árabe há alguns séculos. Ou assim reza a lenda.

Há algumas divergências, até com a data do acontecimento. A Biblioteca Municipal de Óbidos atesta o dia 11 de janeiro mas uma publicação num portal associado à Câmara de Óbidos surge a data de 10, assim como na página de Wikipédia acerca do Castelo de Óbidos. Já a agência noticiosa Lusa aponta o dia 11 no seu almanaque.

Fora essa divergência, a lenda não é muito díspar e o próprio castelo está cheio de referências a uma das batalhas menos recordadas, alegadamente ‘abafada’ pela conquista das importantes Lisboa e Santarém.

Um documento redigido pela biblioteca acerca da ‘lenda’ da conquista do castelo indica que os historiadores e viajantes árabes do tempo da Reconquista nada escreveram sobre os “castelos de aldeias ou vilas”, pelo que, de boca a boca, foi transmitida a lendária tomada de Óbidos aos mouros.

Refere um documento publicado pela Câmara de Óbidos que “após conquista de Lisboa aos mouros, D. Afonso Henriques decide-se pela conquista de Óbidos por saber que esta era uma praça muito mais forte que outras como Torres Vedras ou Alenquer”.

“Assim, liderados por Gonçalo Mendes da Maia, O Lidador, um grupo de cavaleiros investiu durante a noite pela parte nascente da terra enquanto os restantes militares portugueses chamavam a atenção dos árabes na porta do castelo a poente, hoje chamada “Porta da Vila”, refere a publicação sobre a lenda.

Os cavaleiros cobriram-se de arbustos e folhas e subiram até à entrada principal do castelo, conseguindo a ‘reconquista’.

“De acordo com a história, foi valente a batalha, quer pelos cavaleiros quer pelos restantes militares que, sabendo da entrada dos cavaleiros por norte, se dispuseram a entrar pela porta da frente, permitindo a conquista”, lê-se na publicação da autarquia.

No entanto, é sabido que na altura não existiam exércitos nem militares, era sim o povo que combatia ao lado dos cavaleiros da nobreza na formação do reino de Portugal.

Sem romantismos e numa toada mais pragmática, esta tomada surge após a reconquista de Santarém, considerada uma das mais bem defendidas cidades sob domínio muçulmano.

A nobreza muçulmana de Óbidos mudou as ‘cortes’ e foi para Lisboa quando soube do acontecimento de Santarém, por temer que acontecesse o mesmo em Óbidos, refere a publicação da biblioteca.

Porém, depois de Santarém, os comandados por D. Afonso Henriques conquistaram Lisboa no final de 1147, acabando por enfraquecer toda a região do Vale do Tejo, dando-se assim a conquista de Óbidos a 11 de janeiro de 1148, último ano de governação árabe naquele concelho.

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