Procurador com casa assaltada no Bom Jesus destaca “profissionalismo” de quadrilha albanesa

Crime
Foto: Joaquim Gomes / O MINHO / Arquivo

O procurador da República vítima de um dos assaltos cometidos pela quadrilha albanesa que atuava no Minho e está a ser julgada em Braga destacou o “profissionalismo” dos suspeitos durante o furto na sua moradia em Braga, explicando “serem seletivos naquilo que furtavam” e “para entrarem na minha casa não fizeram grandes estragos”.

Segundo o magistrado do Ministério Público, que tal como os seus familiares, estava ausente de casa, na zona do Monte do Bom Jesus, aquando do furto, cometido em 15 de dezembro de 2021, depois de vistoriar a sua residência, constatou “só terem levando o que de mais valioso ali havia, desarrumando muito, mas evitando sempre estragar”.

No julgamento, o procurador da República que viu a sua moradia assaltada, fazendo apelo à sua experiência como magistrado, referiu “o método cirúrgico do furto”, chegando-se ao ponto de “rejeitarem relógios de menor valor”, atuando “de forma cirúrgica, eficaz e eficiente”, o que foi ainda mais fácil. “porque tínhamos o alarme desligado”.

Da casa do magistrado foram furtados quatro relógios e peças de ouro, avaliados ao todo em cinco mil euros, além de dois mil euros em dinheiro, “com técnicas intrusivas que forçavam portas e janelas, mas nunca as estragavam”, conseguindo fugir a uma patrulha do Posto da GNR do Sameiro, do Destacamento Territorial de Braga da GNR.

O advogado Tiago Melo Alves defende os dois albaneses. Foto: Joaquim Gomes / O MINHO

Uma outra vítima de furto na sua moradia, também em Braga, mas na freguesia de Aveleda, revelou aos juízes ter ficado sem cerca de 100 mil euros, que tinha escondidos num cofre embutido na parede, tendo sido retirado pelos assaltantes, que o transportaram às costas, abrindo-o depois num esconderijo, algures já em Vila Nova de Cerveira.

Furtos no valor de meio milhão de euros

A quadrilha albanesa é acusada de cometer furtos, no valor global de mais de meio milhão de euros, entre outubro de 2021 e fevereiro de 2022, deslocando-se diariamente entre o Minho e a Galiza, onde residiam os três assaltantes, a cerca de dez quilómetros da fronteira por Valença do Minho, morando todos em O Rosal, Pontevedra, na Galiza.

Edi Gjonaj (43 anos) e Artur Zisko (46 anos), ambos presos preventivamente, estão a responder por acusações de associação criminosa, de onze crimes de furtos qualificados (onze consumados e cinco tentados) e 30 crimes por falsificação de documentos, incluindo as matrículas falsificadas, tendo Edi Glonaj já cadastro por crimes idênticos.

Os dois arguidos mantêm-se em silêncio, já desde o início do julgamento, no Palácio da Justiça de Braga, enquanto o terceiro suspeito, Desard Marku (44 anos), fugiu num carro da própria GNR com armas de guerra da corporação, refugiando-se em Espanha, onde a Guarda Civil recuperou o armamento da GNR, no dia 25 de fevereiro de 2022.

Ao longo das audiências, o advogado Tiago Melo Alves, defensor dos dois arguidos, tem evidenciado que a prova do processo assenta principalmente em filmagens difusas dos furtos feitas com câmaras de videovigilância e o contacto direto da GNR de Braga com os dois suspeitos ocorreu apenas quando foram detidos e não anteriormente.

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