Governo ucraniano reafirma compromisso com reformas exigidas pela UE

Política

O primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, reafirmou hoje o compromisso da Ucrânia com as reformas necessárias para aderir à União Europeia (UE), incluindo a segurança jurídica para os investidores na reconstrução do país.

O Governo de Kiev está empenhado na “rápida implementação das reformas em curso”, disse Shmyhal na conferência internacional de Berlim sobre a reconstrução da Ucrânia, citado pela agência espanhola EFE.

A Ucrânia apresentou a sua candidatura à UE em 28 de fevereiro, quatro dias depois de o país ter sido invadido pela Rússia.

A Comissão Europeia recomendou a atribuição do estatuto de país candidato em 17 de junho, que foi aprovado pelos líderes da UE seis dias depois.

Shmyhal disse aos participantes na conferência que a Ucrânia quer completar o processo de associação com a UE no final deste ano, o próximo passo no processo de adesão.

Entre as reformas exigidas, estão as destinadas a proporcionar aos investidores internacionais segurança jurídica “segundo as normas da UE”, disse Shmyhal, bem como uma reforma das alfândegas e da legislação laboral.

Shmyhal disse que as reformas serão realizadas “mesmo em tempos de guerra” e apesar das dificuldades decorrentes do conflito com a Rússia.

O anfitrião da conferência, o chanceler alemão, Olaf Scholz, disse que a segurança jurídica e a luta contra a corrupção são dois dos aspetos fundamentais para atrair investidores internacionais para a Ucrânia.

A conferência de Berlim centra-se na articulação do apoio financeiro a curto, médio e longo prazo à Ucrânia.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse na conferência que a Ucrânia necessita de um apoio regular de cerca de 5.000 milhões de dólares (5.070 milhões de euros) a partir de janeiro.

A UE vai assegurar um terço dessa ajuda, disse Von der Leyen, o que significa cerca de 18.000 milhões de euros ao longo de 2023, segundo a EFE.

“A reconstrução da Ucrânia não pode esperar pelo fim da guerra. A Ucrânia precisa de apoio aqui e agora para pagar professores, soldados, polícias ou pensões”, alertou a presidente do Conselho Europeu.

Scholz disse ser necessário “mobilizar recursos financeiros” na UE e junto de instituições internacionais como o Fundo Monetário Internacional (FMI), cuja diretora, Kristalina Georgieva, participa na conferência.

“Apoiar a Ucrânia é agora apoiar um futuro membro da União Europeia”, insistiu Scholz.

A conferência de Berlim, de um dia, foi organizada conjuntamente pela Comissão Europeia e pelo G7, o grupo dos sete países mais industrializados do mundo, cuja presidência rotativa é assegurada atualmente pela Alemanha.

O grupo integra ainda Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, e conta também com a representação da UE.

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