É uma cláusula pouco habitual num contrato celebrado entre clubes que disputam a mesma divisão, muito menos quando se trata de dois clubes que lutam pelos primeiros lugares da tabela.
De acordo com o comunicado pelo emblema portista à CMVM, o contrato de venda, pelo SC Braga, do central David Carmo ao FC Porto inclui uma valor variável máximo de 2,5 milhões de euros a somar aos 20 milhões pagos pelo clube , “dependente da concretização de objetivos desportivos”.
O MINHO sabe que esses objetivos passam pela conquista do título dos ‘azuis-e-brancos’, com o clube ‘arsenalista’ a receber meio milhão de euros de cada vez que o FC Porto se sagrar campeão com utilização do central, isto ao longo dos próximos cinco anos (duração do contrato assinado). Ou seja, para receber os 2,5 milhões, será necessário que o FC Porto vença os próximos 5 campeonatos. E que David Carmo não saia do clube portista até 2027.
O acordado está a gerar alguma polémica por entre os comentadores desportivos, com a advogada Rita Garcia Pereira a afirmar, durante um programa de comentário da CMTV, que o contrato nestes termos é “ilegal”, por não acautelar os princípios gerais de direito.
Também o jornal A Bola ‘toca’ no assunto, recordando que na última temporada aconteceu algo semelhante na Liga Inglesa, com o jogador Jack Grealish a valer o mesmo tipo de bónus ao Aston Villa, que o vendeu para o Manchester City. Por acaso, o jogo que decidia o título acabou por ser entre estas duas equipas, com os ‘blues’ a vencerem por 3-2, depois de terem estado a perder por 2-0.
À chegada aos ‘dragões’, David Carmo mostrou-se ansioso para vestir as cores do clube portuense: “Sente-se desde logo a grandeza deste clube. É uma responsabilidade boa e é muito importante poder representá-lo. Estou ansioso e com muita vontade de vestir esta camisola e lutar pelo FC Porto”.
E destacou: “Espero encontrar o que os levou a serem campeões nacionais: espírito de equipa, união, pensar como um só e guiar o FC Porto às vitórias”.